Por Redação Sindsep
Foto: Roberto Parizotti
O levantamento da PNCBA é realizado desde 1959 em São Paulo. Posteriormente o Dieese começou a medir em outras unidades da Federação e hoje acontece em 17 capitais.
O Dieese informa, no boletim de novembro, que das 17 capitais brasileiras 12 registraram aumento do conjunto dos alimentos básicos. Nos meses de setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%). As quedas, que não foram tão expressivas, ocorreram apenas em algumas cidades do Norte e Nordeste: Recife (-3,73%), Natal (-1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).
Em Porto Alegre, onde é vendida a cesta básica mais cara do país, o trabalhador teve que desembolsar R$ 768,82, em outubro. São Paulo vem logo atrás. A cesta da capital paulista foi a segunda mais cara, com valor de R$ 762,20. Em outubro de 2022, o preço da cesta básica da cidade de São Paulo apresentou variação positiva de 1,53% em relação a setembro.
Exatamente um mês antes das eleições os itens da cesta básica, assim como a gasolina, passaram a apresentar redução de preço. O litro da gasolina, que chegou a custar R$ 7,39 em junho, na primeira semana de setembro estava sendo vendida a R$ 5,04, e na semana de outubro teve o menor valor até agora, sendo vendida a R$ 4,79. Passadas as eleições, em novembro, o combustível já voltou a subir.
O Dieese também comparou o preço da cesta básica vendida um ano atrás. Em comparação com outubro de 2021, a cesta paulistana aumentou 9,86%. Somente em 2022, a elevação do preço da cesta em São Paulo foi de 10,38%. De setembro para outubro, entre os 13 produtos que compõem a cesta básica, seis tiveram aumento nos preços médios, na comparação com o mês anterior: tomate (13,83%), batata (11,48%), banana (8,87%), farinha de trigo (1,59%), manteiga (0,98%) e pão francês (0,52%).
No acumulado dos últimos 12 meses, 11 dos 13 itens básicos da cesta sofreram aumentos. O café foi o vilão, registrando aumento de 51,28%, seguido da farinha de trigo (44,07%), leite integral (38,04%), banana (32,80%), batata (32,67%), pão francês (19,27%), manteiga (18,47%), feijão carioquinha (10,55%), óleo de soja (10,00%), açúcar refinado (4,08%) e carne bovina de primeira (0,66%).
Em outubro, quem tem renda de salário mínimo teve que trabalhar mais de 138 horas ou algo superior a 17 dias do mês. O conjunto de alimentos da cesta comprometeu 68% da remuneração. Em setembro, 67% e, em outubro de 2021, 68,19%.
Para João Batista Gomes, secretário de Política Intersindical do Sindsep, isso é mais uma demonstração do abandono que o governo Bolsonaro proporcionou ao Brasil e do tamanho do desafio que teremos a partir do próximo ano.
"O governo federal, além de deixar um rombo no orçamento comprometendo vários programas para o próximo ano, simplesmente abandonou o país à própria sorte. A inflação dos alimentos só aumenta, mas o mercado está preocupado com suas ações. Enquanto o povo trabalhador perde a cada dia e compra cada vez menos para o sustento de suas famílias. Porém, esse governo está no fim e no próximo ano grandes desafios teremos para recuperar a renda dos trabalhadores", analisa.