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Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Minicípio de São Paulo

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Educação

23/10/2020 - 17:24

Bruno Covas propõe usar alunos e profissionais do Ensino Médio como cobaias no retorno às aulas

O tão esperado 22 de outubro, para a definição sobre a data de retorno às aulas na capital, demonstra reconhecimento da não possibilidade desta ação neste momento. Mas em contrapartida, o prefeito e o secretário da Educação insistem em testar possibilidades, para amenizar as críticas e lobby dos donos das escolas particulares, em ano eleitoral.

 

Pelas medidas anunciadas apontam para a manutenção da Educação Infantil e Ensino Fundamental ainda em ensino remoto, mas não anuncia medidas para facilitar o acesso à tecnologia e internet às famílias e profissionais de ensino. Lembramos que o Tribunal de Contas do Município suspendeu a compra de tablets, para uso em comodato, por irregularidades no processo.

 

A Secretaria Municipal de Educação pretende reabrir o prazo para a adesão às atividades extracurriculares pelas unidades educacionais, mas não considera a negativa já determinada pelos Conselhos de Escola, quando da primeira investida nesta possibilidade.

 

Porém, já para o Ensino Médio a Prefeitura pretende ver no que vai dar e autoriza a retomada desta modalidade, ainda que seja de forma voluntária aos alunos (faixa etária que vem apresentando crescimento no número de infecções). Mas, nada pior do que estabelecer o retorno dos profissionais docentes que já tiveram contato com a Covid-19 (uma forma de se aproveitar de uma possível imunização), mas desconsidera os alertas da ciência frente aos crescentes casos de reinfecção.

 

O censo sorológico, nesta primeira fase realizou testes em 65.400 mil pessoas até 21 de outubro e foi detectado que 13,2% do público alvo (5.739 alunos e 2.882 profissionais) já teve contato com o vírus da Covid-19. Entre os positivos, as crianças e adolescentes são a maioria dos infectados.

 

O Sindsep, mais uma vez recomenda aos Conselhos de Escolas a não adesão às atividades extracurriculares que terão reabertura de prazos (28.10, com início em 03.11 e 05.11, com retorno em 10.11) para nova decisão. Este mesmo Conselho também deve definir que o retorno do Ensino Médio deve estar atrelado à todas as adequações das unidades escolares para as regras da vigilância sanitária, sob o risco de serem responsabilizados caso haja alguma ocorrência a partir da decisão tomada.

 

Vamos estimular discussões e debates, por meio de campanhas, para não colocar estes estudantes, suas famílias e profissionais da educação em risco. O Sindsep entende que decisões deste porte precisam ser de inteira responsabilidade do governo. Não é justo não dar as condições, não oferecer subsídios reais para análise e terceirizar decisão tão importante.

 

Após a divulgação da segunda fase do censo sorológico, em 19 de novembro, pós eleições, o governo pretende definir a data de retorno dos demais alunos. Aliás, Bruno Covas deve estar torcendo para nada acontecer até o 2° turno das eleições, pois trabalhou estrategicamente as datas, para que eventual nova onda de infecções na cidade, como vem ocorrendo em outros estados e países, dificultem sua manutenção no poder, mesmo que para isso, coloque a vida dos paulistanos em risco.

 

Não ao retorno irresponsável das aulas, sem garantia de preservação da vida e sem as adequações necessárias das unidades escolares.

 

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