Plenária dos Representantes Regionais do Sindsep convoca servidores para Ato Fora Bolsonaro e a reforma administrativa

O Sindsep realizou na manhã desta sexta-feira (28), mais um encontro do Conselho de Representantes Regionais – CRR, que teve como pauta o enfrentamento às políticas neoliberais e suas ações contra o serviço público na cidade, o embate contra a reforma administrativa e sua investida ao desmonte das políticas públicas e a greve da educação.

O presidente Sérgio Antiqueira, em sua fala de abertura fez uma análise de conjuntura da situação atual da cidade de São Paulo, com o novo prefeito Ricardo Nunes. Como também da importância neste momento de forçar na greve da educação o diálogo com o prefeito Ricardo Nunes. Abordou a campanha salarial 2021 que está em curso é a importância de se debater as propostas e reivindicar do governo, pois as carreiras estão com perda salarial de 50%.

Em seguida o técnico do Dieese, Marco Antonio Pereira, que realizou uma apresentação sobre a PEC 32, mais conhecida como Reforma Administrativa. Dentro os aspectos da reforma, Marco abordou seu objetivo, quem será atingido, as principais mudanças para os novos servidores, como a PEC atinge os atuais servidores, a questão da troca do regime jurídico único por multiplicidade de vínculos, o que acontece com a previdência, entre outros pontos.

Após a apresentação do técnico do Dieese, a secretária dos Trabalhadores da Saúde, Lourdes Estevão, que está participando da 74º assembleia da OMS, que acontece entre os dias 24 de maio e 1º de junho, trouxe para os participantes um pouco do que está sendo debatido no encontro. Entre elas a questão de que a vacinação está ocorrendo de forma mais efetiva nos países mais ricos, e que em torno de 60 países pobres querem a quebra de patentes para que possam produzir as vacinas.

A secretária ainda disse que a assembleia está discutindo os sistemas universais de saúde, que vem um pouco de encontro com que está sendo discutido aqui no Brasil em relação a PEC 32. “No Brasil estamos no processo de destruição dos serviços públicos”, afirmou Lourdes, que ainda trouxe outras questões que estão fazendo parte da pauta da assembleia.

A segunda parte do encontro contou com fala de servidores da saúde, educação, Assistência Social, Serviço Funerário, que trouxeram um pouco da realidade dos seus locais de trabalho, bem como da sua categoria.

Servidor, agente de endemias, falou sobre as aglomerações que ocorrem nestes locais de trabalho e que os trabalhadores lutam para que haja um escalonamento das equipes. Pois no ano de 2020, houve um surto de Covid-19 entre os agentes de endemias, foram 30 casos no período de dois meses. Outra questão apresentada foi que os colocaram vans escolares para fazer o transporte dos agentes, já que as escolas estavam fechadas. No início elas eram sempre higienizadas, mas que hoje isso não ocorre e hoje estes mesmo veículos levam estes trabalhadores e as crianças para a escola.

Outra questão apresentada foi a questão de EPIs que os trabalhadores precisam todos os dias encherem seus frascos de álcool em gel, fazendo com que todo mundo coloque a mão no mesmo frasco de reposição. Além disso, há uma preocupação com as gravidas que se encontram em home office, mas no entanto, seus maridos continuam trabalhando na unidade, podendo levar o vírus para casa.

A educação foi representada por uma servidora que falou sobre a greve que no dia de hoje completa 108 dias, enfrentando o autoritarismo de Bruno Covas e do secretário de Educação Fernando Padula. Também falou sobre os tablets que estão chegando para os alunos que tem uma qualidade questionável e que muitos não estão conseguindo usá-los. A segurança alimentar dos alunos é algo que preocupa uma vez que o governo não manda um número suficiente de cestas básicas para atender as famílias, que buscam essa ajuda e não encontram.

Assistência social teve seus problemas expostos por uma servidora que trouxe a falta de servidores em CRAS e CREAS para atender a população, principalmente neste momento de pandemia. Algumas unidades têm servidores em teletrabalho ou afastados que acabam ficando apenas com estagiários ou com trabalhadores terceirizados. Outra situação grave é a falta de EPIs e vacina para os terceirizados que tem contato direto com a população, o que é perigoso para estes profissionais e para a população.

Na saúde, a trabalhadora falou que a enfermagem perdeu um pouco o cuidar do paciente para ele não adoecer com a vinda das organizações sociais na saúde e que a situação que se está vivendo desde 2015 é cada vez pior. Além de afirmar que o governo Bolsonaro não aceita os servidores, pois chama de vagabundo, não aceita que são servidores. E reforçou a importância de todos estarem no ato neste sábado 29, na Paulista pelo Fora Bolsonaro.

O trabalhador do Serviço Funerário falou sobre a extinção da Autarquia aprovada pelo governo de Bruno Covas e do processo de terceirização que assola o setor e da importância de todos irem para a luta.

A diretora Lucianne Tahan e os diretores Maciel Nascimento, Vlamir Lima complementaram as falas dos servidores apresentando outras questões que estes setores estão enfrentando. A saúde foi representada pelo assessor Marco Dalama que apresentou a lutas e reivindicações dos trabalhadores da saúde.

O fechamento foi feito pelo presidente do Sindsep, que falou sobre os estudos de reabertura das escolas que foram feitos ao longo da pandemia e da ação que está no Ministério Público. Bem como da elaboração de um documento que será apresentado no futuro para um tribunal popular, com os crimes da pandemia e que será feito acusações contra os criminosos da cidade de São Paulo.

Sérgio reforço assim como vários participantes da plenária da importância de todos estarem neste sábado (29), às 16 horas, no Masp. O Sindsep terá faixas contra Bolsonaro e a Reforma Administrativa, os trabalhadores da educação em greve terão um bloco que se juntara com as demais categorias dos servidores.

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