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14/07/2020 - 13:56

Trabalhadores e usuários tomam a rua para defender o Hospital do Campo Limpo que corre o risco de ser privatizado pelo prefeito Bruno Covas

Frente do Pronto Socorro do Hospital foi tomada por usuários, trabalhadores e representantes sindicais, de entidades e movimentos sociais, que não aceitam a entrega do hospital público para o Albert Einstein

Sindsep, movimentos sociais, trabalhadores, usuários e Conselho Gestor do Hospital Municipal do Campo Limpo - Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha realizaram na manhã desta terça-feira (14) um ato em frente ao Pronto Socorro da unidade contra a terceirização anunciada para 1º de agosto.

 

O Hospital é referência em ortopedia, neurocirurgia e saúde mental, na zona Sul e o único público na região. Bruno Covas, que está mais preocupado em fazer campanha eleitoral, em meio à pandemia de coronavírus, quer entregar o pronto socorro, UTI adulta e pediátrica, centro cirúrgico, clínica ortopédica e médica, leitos de internação e atendimentos ambulatoriais para a Organização Social de Saúde (OSS) Hospital Israelita Albert Einstein.

 

Os trabalhadores e usuários deixaram claro, durante o ato, que não aceitam a entrega da unidade hospitalar para uma OSS, que só visa o lucro. “Essa luta não é dos trabalhadores, ela é da população, porque este hospital é o único da região Sul, que temos como referência, e tem a porta aberta para a população”, afirma Lourdes Estevão, secretária dos Trabalhadores da Saúde do Sindsep.  

 

"Essa luta não é só dos trabalhadores, é da população, que tem esse como o único da região Sul, com a porta aberta para a população”, disse Lourdes Estevão, diretora do Sindsep.  | Foto: Cecília Figueiredo

 

Dimas, que faz parte do Conselho Gestor do Hospital do Campo Limpo, diz que há três anos, o então governador João Doria -- que continua sendo prefeito de São Paulo --, tentou fechar 38 AMAs e AMEs, mas a luta fez com que ele tivesse que recuar. “Nós, usuários, estamos com os trabalhadores e trabalhadoras, porque sabemos que o Albert Einstein só quer saber de ganhar dinheiro”.

 

 

Representantes de várias entidades, movimentos e de mandatos parlamentares marcaram presença no ato, para apoiar a luta contra a terceirização do Hospital, prevista para acontecer a partir de agosto.

 

Trabalhadores também demostraram sua indignação e preocupação, pois não sabem para onde irão caso se concretize a terceirização. Durante o ato falaram sobre a luta que tiveram para conseguir equipamentos de proteção individual, indispensável para atender neste momento de pandemia.

 

"Não há necessidade de terceirizar, mas sim que o prefeito Bruno Covas nos dê condições para continuar realizando um bom trabalho", disse Adriano, auxiliar de enfermagem, ao emendar: "se o prefeito der condições o trabalho realizado aqui não fica nada a dever a qualquer hospital grande de São Paulo, nem o que o Einstein oferece".

 

Para Adriano, auxiliar de enfermagem, se Prefeitura garantir condições de trabalho, o HM Campo Limpo oferece atendimento de qualidade correspondente a qualquer outro hospital. | Foto: Cecília Figueiredo 

 

A incerteza também atinge trabalhadores que prestam serviços para o hospital, com a terceirização, cerca de 800 profissionais poderão perder seus empregos. Trabalhadores lembraram também que o Hospital do Campo Limpo foi uma das frentes no combate ao Coronavírus na região Sul, pois os hospitais que foram terceirizados fecharam as portas a esse atendimento, inclusive o Hospital do M’Boi Mirim.

 

Douglas Cardozo, trabalhador do Hospital do Campo Limpo, representante sindical de unidade (RSU) do Sindsep e conselheiro gestor, falou que estão há muito tempo na batalha para que os aprovados em concurso sejam chamados, e que tanto os terceirizados quanto concursados tenham boas condições de trabalho. “Mas neste momento todos os trabalhadores e toda a população está sendo desrespeitada, não tinha dinheiro para nada, de repente aparece milhões, para entregar ao Albert Einstein? Nós não vamos aceitar”.

 

Cardozo: "não tinha dinheiro pra nada, de repente aparecem milhões para entregar ao Einstein?". | Foto: CF

 

Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada pela Estrada de Itapecerica até o Terminal Rodoviário João Dias. No trajeto, pararam em frente à Supervisão de Saúde de Campo Limpo onde deixaram o recado ao governo de que não irão aceitar a terceirização.

"Eles sucateiam, sucateiam o serviço público e depois pegam dinheiro público para entregar a uma OS ligada a um hospital bilionário, que ganha atendendo os mais ricos, explorando seus trabalhadores. Por isso quero saldar todos e todas que estão aqui e, como a Lourdes disse, defendem o Hospital do Campo Limpo, um patrimônio público de quem mora aqui. Nós vamos lutar juntos na cidade inteira para não deixar este hospital cair nas mãos de uma OS”, afirmou Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep.

 

"Vamos lutar juntos na cidade inteira para não deixar este hospital cair nas mãos de uma OS”, afirmou Antiqueira.

 

Em coro, os manifestantes encerraram o ato com o alerta: “Não, não, não à terceirização" e "Não, não, não à privatização”. O ato foi encerrado, mas a luta contra a terceirização continua.

 

Confira outras imagens de Cecília Figueiredo

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