Educação

Distribuição de cestas básicas pelas escolas: o retrato da desorganização

03/06/2020 16:34

Sindsep encaminha novo ofício à gestão municipal pedindo esclarecimentos sobre ação sem diálogo e reforça urgência na suspensão dos plantões presenciais de trabalhadores da Educação

O Sindsep e Educadores de plantão nas escolas municipais temem as aglomerações que poderão ser causadas nas unidades educacionais a partir de notícia veiculada de que serão distribuídas 440 mil cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade, anunciada pelo governo Covas. A exemplo de outras medidas adotadas, a Secretaria Municipal de Educação não dialoga, simplesmente encaminha e-mail às Diretorias Regionais de Educação (DRE)  informando uma ação ou ficamos sabendo das intenções da Prefeitura de São Paulo nas coletivas de imprensa do governador.
 
Embora concorde ser de extrema necessidade o suporte às famílias em situação de vulnerabilidade, o Sindsep critica a falta de diálogo, de planejamento com representantes dos trabalhadores, com quem está na ponta atendendo e até mesmo dentro do governo. “Nós reivindicamos desde o início da pandemia e decretação da Situação de Emergência na cidade, e seguimos reforçando que haja a suspensão dos plantões presenciais, para evitar o risco de adoecimento a que estão expostos estes trabalhadores e suas famílias", frisou Maciel Nascimento, Secretário dos Trabalhadores da Educação do Sindsep.
 
As cestas básicas são destinadas a famílias de alunos em extrema pobreza e que estejam no Cadastro Único (CadÚnico). "A fome não se restringe às famílias que integram o CadÚnico, portanto essa é uma ação excludente. Milhares de crianças que estão nesse momento passando fome, mas não integram o Cadastro Único, não terão o direito pelo critério do governo. Assim como ocorreu com o Cartão Alimentação, com os míseros 55 reais", resgata.
 
Na avaliação do Sindsep esse é mais um exemplo de desorganização e irresponsabilidade do governo, incapaz de fazer chegar a todas as famílias que necessitam e tem conhecimento de que a notícia já se espalhou na comunidade. “Isso certamente vai gerar problemas aos funcionários e às escolas que não estão preparadas para lidar com essa demanda, nem mesmo para armazenar as cestas”, analisa Nascimento.
 
O dirigente reforça que é urgente que a Secretaria Municipal de Educação atenda aos vários ofícios encaminhados que não tiveram respostas até o momento, e a mais este pedindo informações sobre a entrega das cestas básicas.
 
Diante da intransigência de SME, o Sindsep solicitou a interferência da Câmara Municipal de São Paulo para  implementar um Comitê Técnico da Educação, reunindo fóruns, movimentos sociais e entidades sindicais, e o próprio governo e espera que, a partir dele, o secretário Bruno Caetano responda aos inúmeros pedidos que tem ignorado.