Educação

Escolas ficam sem aula por não terem merenda para os alunos devido greve dos terceirizados e falta de alimentos

17/11/2021 16:35

O Sindsep sempre afirmou que a terceirização prejudica os serviços públicos e a população e no governo de Doria, Covas e agora Ricardo Nunes, ela se alastra pelas unidades da Prefeitura de São Paulo.

 

Na educação a terceirização está mostrando sua cara. E 2020, em plena pandemia foram os problemas com a limpeza, que até os dias atuais segue com número reduzido de funcionários. E nesta quarta-feira (17), com a greve dos trabalhadores da merenda escolar municipal terceirizados, que entraram em greve. Segundo o site de Bruno Uesso, pelo atraso em seus pagamentos pela empresa Comercial Milano Brasil.

 

Ainda o Sindsep recebeu vários comunicados de escolas como a CEU EMEF Vila Curuçá e EMEF Chico Falconi, entre outras, que tiveram que suspender as aulas devido à greve dos trabalhadores que não tiveram seus salários pagos pela empresa Singular.

 

Além do não pagamento, há relatos de que esta empresa é responsável pela compra dos alimentos e não o fez. As escolas estão sem ter o que servir para os alunos na merenda e até mesmo sem detergente nas cozinhas para poder lavar a louça. Deixando evidente a falta de fiscalização por parte da Prefeitura.

 

CAE tem se mantido firme neste acompanhamento

 

O Conselho de Alimentação Escolar – CAE, o qual é composto por representantes da sociedade civil e governo, dentre eles, representação do Sindsep, que tem acompanhado este processo e sempre que possível busca cobrar da administração pública alteração no processo de fornecimento da merenda. Nossa representação no Conselho, há muito insiste que o modelo misto e terceirizado possui graves problemas e não funcionam juntos. Pois promove diferenciações na oferta da alimentação

 

Nas escolas que possuem sistema misto, educadores conseguem interagir com as crianças por meio da merenda, fazer alteração no formato do alimento e até no cardápio.

 

Já as escolas que possuem empresas terceirizadas não tem como alterar, pois, são pratos prontos e não permite ações de EAN - Educação Alimentar Nutricional. No misto quem compra os alimentos é a Prefeitura permitindo uma flexibilidade

 

Pandemia, Inflação alta, incompetência administrativa e a falta de alimentos nas escolas, se conversam para a não garantia de subsistência mínima às famílias. Estamos num momento em que a pobreza se espalha pelo Brasil. O custo de vida e o desemprego estão em alta. Com isso, em muitas regiões as crianças só têm a escola para se alimentar, pois muitas famílias se encontram em vulnerabilidade social.

 

Prefeitura não cumpre lei dos orgânicos

 

Outra questão que preocupa nas escolas municipais é o não cumprimento da Lei 16.140/15, que dispõe sobre a obrigatoriedade da inclusão de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar. Segundo a lei até 2026, 100% das unidades escolares deveriam ter alimentos dessa categoria. No entanto, não é cumprida nem nos CEIs parceiro nem nos terceirizados, porque os contratos não discriminam essa obrigatoriedade.

 

O Sindsep segue atento e cobrando da administração a correta aplicação das verbas públicas e garantia de alimentação a nossas crianças. Segundo Eduarda Kaiser, uma de nossas representantes no CAE, "garantir a alimentação nesse momento, é questão de humanização" e é exatamente isso que está faltando na Administração de Ricardo Nunes.