Educação

Greve na Educação cresce! Relato de uma escola

03/03/2021 16:28

A Emef Professora Cecília Moraes de Vasconcelos, na zona Norte, amanheceu fechada nesta quarta-feira (3). A assembleia geral organizada pelo Sindsep e o constante suporte aos profissionais da educação tem sido fundamental para essa organização.
 
Inicialmente dividida entre a paralisação e a manutenção das atividades presenciais, após a assembleia geral organizada pelo Sindsep, o movimento de greve pela vida vem se fortalecendo e levou ao fechamento da unidade. De acordo com uma das trabalhadoras, há inúmeros problemas na estrutura física da escola, além de déficit de pessoal de higienização e limpeza, para a retomada das aulas presenciais em período de alarmante pico da pandemia. O contrário do que sugere o protocolo sanitário enviado pela Secretaria Municipal de Educação.
 
Faltam torneiras no pátio para higienização das mãos, ventilação adequada nos ambientes e nem mesmo distanciamento é possível nos diversos corredores que dão acesso ao banheiro, à sala dos professores, à quadra e outros espaços da escola.
 
Trata-se de uma escola grande, com capacidade para 1.100 alunos aproximadamente. “Nós aderimos à greve, porque não temos estrutura física e nem pessoal suficiente para fazer a higienização. Com base no protocolo sanitário sugerido a escola deveria receber 178 crianças e adolescentes, o equivalente a 35%, por período. Dividindo esses 178 alunos em quatro intervalos para a refeição, seriam 44 crianças por intervalo. Com apenas uma funcionária da limpeza por período e uma inspetora, como é possível seguir esse protocolo sugerido pela SME?”, questiona a professora.
 
 
EMEF Professora Cecília Moraes de Vasconcelos, na zona Norte, conta com cerca de 1.100 alunos. | Internet
 
Outro problema pontuado é a falta de ventilação na escola. Muitas janelas basculantes nem abrem ou dão acesso ao corredor onde não há circulação de ar. 
 
O pátio, que serve como refeitório, conta apenas com um bebedouro para toda a escola e uma pia, já que as pias adquiridas com a verba Covid ainda não houve possibilidade de instalação. “Estamos questionando o uso das canecas entregues às crianças no kit da Prefeitura. Elas ajudam mas não garantem a higiene, já que contamos com apenas um ATE para tomar conta de todas as crianças nos intervalos, e isso dificulta muito o controle de troca de canecas entre os alunos”, completa.
 
Um relatório, com fotos e registros indicando inúmeros problemas para a Emef funcionar, foi elaborado pela escola e encaminhado ao Sindsep. “Fizemos um relatório com base no protocolo sugerido pela SME versus realidade da escola e encaminhamos ao Sindsep, onde reportamos a situação da escola”.
 
Na avaliação da trabalhadora, apesar de todas as questões objetivas para uma greve, ela só foi possível pelo apoio do Sindsep aos trabalhadores. “Muito da paralisação da unidade hoje, que está fechada para atendimento presencial, tem a ver com o suporte que o sindicato tem nos garantido. Começou pela assembleia geral aberta, que foi feita na segunda-feira (1º/03), onde vários trabalhadores da unidade participaram, o apoio a nossas demandas e o fortalecimento do movimento grevista”, destaca a trabalhadora que não será identificada para evitar retaliações.