Educação

Profissionais da educação, Sindsep e entidades fazem novo protesto em frente à Câmara contra PL 452

05/08/2020 17:47

Manifestantes fizeram coro no aviso aos vereadores: se votar, não volta!

Sindsep e entidades que defendem os trabalhadores da educação, realizaram na tarde desta quarta-feira (5), um novo ato/buzinaço em frente à Câmara Municipal de São Paulo, contra o Projeto de Lei (PL) 452/20, que estabelece o retorno às aulas em setembro, e à terceirização dos 12 novos centros unificados de Educação (CEUs).

 

O Projeto de Lei 452/20, que hoje passa por segunda votação, foi aprovado na primeira pela maioria dos vereadores, em 29 de julho. Diante disso, o Sindsep juntamente com os servidores, coletivos e entidades sindicais da educação se concentraram em frente à Câmara Municipal para pressionar os vereadores. E avisaram: "se votarem, não voltam", lembrando as eleições deste ano. 

Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep, ressaltou as práticas genocidas do governo municipal, estadual e federal, quando o Brasil está beirando 100 mil mortes pela Covid-19. Ele também denunciou a terceirização dos CEUs. "O governo se aproveita da pandemia para passar a boiada".

 

Sobre o PL 452, Sergio ressaltou que a matéria é fazer dinheiro público escorrer pelo ralo em pleno ano eleitoral. "Os vereadores que votarem a favor deste projeto, que transfere dinheiro público para instituições privadas, vão ficar marcados como aqueles que participaram da destruição da escola e da educação pública. Eles vão votar e a gente vai marcar até o primeiro turno a cara deles nos nossos boletins, nos nossos vídeos, em nossos jornais, vamos divulgar para a população”.

Maciel do Nascimento, secretário dos Trabalhadores da Educação, falou sobre a indignação dos trabalhadores que só aumenta com cada medida tomada pelo governo em relação a educação. Nesta quarta-feira, será a segunda votação do PL 452 que nem deveria estar na Câmara após parecer de ilegalidade, feito pela Procuradoria Geral da Câmara. Ainda falou sobre o pedido de urgência para votação, o que evita que a comunidade debata este projeto. E reforçou o “não as privatizações do Ceus, Não a compra de vagas da educação infantil na rede particular! Nós precisamos parar esta discussão e hoje estamos aqui mais uma vez protestando contra essa situação colocada pela Prefeitura de São Paulo. A comunidade escolar quer e deve ser ouvida”, finalizou.

 

A professora Joélia Rodrigues e vice-presidente do Sedin, em sua fala afirmou que o PL 452, irá retirar dinheiro da educação pública para investir na privada, enquanto muitas escolas estão precisando de reformas. Ainda falou que a Prefeitura cancelou a virada do ano e o carnaval, mas fala em voltar as aulas presenciais em setembro.

Paulo Soares da Rocha, diretor geral da Aprofem, reforçou a crítica do projeto que estabelece o retorno às aulas em setembro e à entrega da educação municipal às organizações sociais. “Nós sabemos que educação de qualidade se faz com servidor público”, frisou o dirigente que está há 35 anos como auxiliar técnico de educação e desabafou que nunca viu tamanha perseguição ao serviço público.

 

Trabalhadores da rede municipal de educação também falaram, que as escolas não estão preparadas para neste momento de pandemia retornar as aulas. Principalmente na educação infantil em que as crianças precisam de atenção e carinho. Eles querem retornar para as salas de aulas, mas quando for realmente seguro para todos.

 

Durante buzinaço foi lido o nome dos vereadores que na primeira votação votaram a favor do PL 452 e contra as nossas crianças, famílias e profissionais da educação e foi reforçado a campanha que se votar não volta.