Educação

Trabalhadores em greve e Sindsep realizam ato em frente à DRE Butantã

02/03/2021 17:17

Manifestantes cobraram a suspensão imediata das aulas presenciais devido aos números alarmantes de casos e internações por Covid-19

Na manhã desta terça-feira, 2 de março, o Sindsep, juntamente com trabalhadores da educação em greve, esteve presente na porta da Diretoria Regional de Ensino do Butantã (DRE Butantã) em ato da Greve em Defesa da Vida. Os trabalhadores estão em greve desde o dia 10 de fevereiro, por conta da decisão autoritária da Secretaria Municipal da Educação (SME), sem debate com os trabalhadores e sem Parecer Técnico da Secretaria Municipal de Saúde, em retornar às aulas presenciais nas escolas municipais, mesmo em meio ao crescimento de casos e lotação de UTIs devido à pandemia de Covid-19. Os presentes também denunciaram a pressão e a perseguição sofridas pelos trabalhadores em greve por parte da Diretoria Regional, além das diversas escolas com casos de contaminação na região do Butantã.
 
 
Vlamir Lima, diretor do Sindsep, abriu o ato apresentando o descaso da prefeitura de Bruno Covas com os trabalhadores, além das condições precárias das escolas, que não possuem estrutura para receber trabalhadores e alunos com condições adequadas de segurança sanitária. “A cidade de São Paulo é uma das líderes nacionais em infeção e internação, por isso, é uma irresponsabilidade do prefeito e do secretário de educação impor o retorno às aulas.” Lima ainda reforçou que a prefeitura, mesmo já tendo passado um ano de pandemia, não se preparou para este retorno e lembrou “a greve não é da educação, é por vidas.” 
 
 
Sabrina, professora da EMEF CEU Butantã, falou que os professores querem voltar ao trabalho presencial, mas apenas com segurança e vacinação. “A gente não quer vacina apenas para os professores, queremos para toda a comunidade.” Sabrina, também, fez um chamado aos trabalhadores que ainda não aderiram à greve, pois a participação de todas e todos é primordial. 
 
 
Uma trabalhadora denunciou o assédio a perseguição sofridos por parte da Diretoria Regional. “O assédio que está acontecendo, com grevistas e não grevistas, que a DRE está pedindo planilha o tempo todo, perguntando sobre quem está trabalhando ou não. Forçando diretores, mesmo os que estão em greve, a entregar dados sobre os professores.” Além disso, também denunciou a falta de estrutura e condições de trabalho com segurança nas escolas, onde não é possível seguir as orientações sanitárias para prevenção ao coronavírus. 
 
 
Para a supervisora escolar, Sandra, “essa volta às aulas é um genocídio, 15 dias do retorno e já temos números alarmantes.” E ressaltou, “a greve é única saída. Só ela nos protegerá, só ela fará o governo recuar.” 
 
 
Ao final do ato, os presentes se posicionaram em frente à DRE, respeitando o distanciamento, e mostrando as cruzes simbólicas, que representaram as vidas perdidas durante à pandemia, por conta do descaso e abandono dos governos federal, estadual e municipal. Vlamir Lima, durante este ato simbólico frisou: “não às covas que o prefeito abre na cidade. Os trabalhadores estão em greve para adequação e reformas, para receber crianças e trabalhadores de forma segura!” 
 
 
Os presentes também prestaram bela homenagem ao professor Waldemar Júnir, da Zona Leste, primeiro trabalhador da educação falecido em decorrência da Covid-19. Waldemar: PRESENTE!