Funcionalismo

Fisioterapeutas de hospitais públicos protocolaram Manifesto na Secretaria de Saúde após protesto por retorno das mesas de negociação

06/11/2020 10:09

O documento, de 15 páginas, foi construído por profissionais de vários hospitais da AHM, que vem se reunindo para discutir a precarização das condições de trabalho e para o atendimento à população na rede pública municipal

Após 30 anos de serviços realizados à saúde pública do município, os fisioterapeutas conseguiram se organizar num Núcleo de Fisioterapeutas Servidores Públicos da Prefeitura de São Paulo (Nufisp) do Sindsep. Na última quarta-feira (5), após participar do ato que exige a retomada das Mesas de Negociação Permanente da Saúde, o fisioterapeuta Marcelo Reina, representante do Nufisp-Sindsep, protocolou a entrega do Manifesto dos Fisioterapeutas Servidores Públicos da Prefeitura de São Paulo.
 
 
 
 
O documento, de 15 páginas, foi construído por profissionais de vários hospitais da Autarquia Hospitalar Municipal (AHM) que vem se reunindo para discutir coletivamente a precarização do atendimento à população na rede pública municipal e os problemas enfrentados pela categoria. No manifesto, o coletivo de fisioterapeutas elenca as principais demandas para a Secretaria Municipal de Saúde. Reestruturação do exercício profissional conforme a legislação vigente, isonomia, incluindo local adequado para descanso (conforto) e flexibilidade para o cumprimento da jornada de trabalho, além da criação de uma gerência de fisioterapia, para melhorar a orientação dos serviços são alguns dos pontos contidos no documento.
 
O coletivo também defende um Programa de "Reabilitação" para pacientes pós-Covid-19, construído com a participação dos profissionais de fisioterapia, a reestruturação da carreira e o fim imediato de todos os tipos de assédio contra os profissionais.
 
 
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“Poucos conhecem o que faz um profissional da fisioterapia, mas na pandemia ficamos conhecidos e reconhecidos por salvar milhares de vidas durante a pandemia, entretanto se desconhece que somos invisibilizados. O fisioterapeutas não tem acesso ao conforto (descanso) como tem o médico. Num plantão de 12 horas, há fisioterapeuta que pega uma cadeira para descansar após lutar para salvar uma vida. Nos falta o básico, como um local adequado para esquentar a comida. Há fisioterapeutas que, por falta de RH em razão da Prefeitura de São Paulo não abrir novos concursos para profissionais de saúde, estão realizando atividades de auxiliares de enfermagem, de enfermeiros, de médicos. Não sobrando muitas vezes o tempo para realizar a tarefa de fisioterapeuta. Há uma deterioração, precarização, então estamos lutando contra esse processo de descaracterização do trabalho do profissional fisioterapeuta”, explicou Reina.
 
Para Lucianne Tahan, diretora do Sindsep, que acompanhou a entrega do manifesto, a luta dos profissionais de fisioterapia que vem ganhando âmbito nacional e em São Paulo se materializa com a organização dos profissionais no Nufisp, marca o início de uma grande luta. 
 
“Entregamos o Manifesto dos Fisioterapeutas na Secretaria Municipal de Saúde, onde realizamos um ato pedindo a retomada das mesas de negociação permanentes da saúde, para expor os diversos problemas dessa e de outras categorias de trabalhadores da saúde. Os problemas são bastante parecidos, como falta de pessoal, ausência de condições de trabalho, assédio… porém, a Secretaria de Saúde não tem realizado as mesas de negociação e só temos perdido direitos neste governo”, frisou Lucianne Tahan.