19/08/2020 22:30
A luta em defesa do Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha, mais conhecido como Hospital do Campo Limpo, continua. Nesta quarta-feira (19), Sindsep, trabalhadores e usuários realizaram um ato em frente a unidade, pedindo a saída da organização Social do Albert Einstein.
Na última segunda-feira (17), ignorando a recomendação do Tribunal de Contas do Município, que determinou que não se feche nenhum contrato, pois a Prefeitura precisa explicar, o porquê de tanto dinheiro e porque está firmando esse contrato sem chamamento público. Mesmo assim, a organização invadiu o hospital e ocupou os setores, expulsando os trabalhadores dos seus locais de trabalho.
Lourdes Estevão apresentou o balanço das 48 horas da invasão do hospital pela organização social. Os corredores estavam lotados de pacientes e para esconder essa realidade, eles deram alta coletiva; o Samu que tinha o hospital como referencia para levar pacientes depois da meia noite, foram informados que ali não havia mais vagas; os trabalhadores da farmácia estavam sendo pressionados para entregar sua senhas, sendo que eles são responsáveis pela medicação, estoque e se algo acontecer terão que responder. “Trabalhador a farmácia é nossa, mas você vai ficar aqui porque precisamos da sua senha. Isso é crime. É como pedir a senha do banco do trabalhador”, frizou Lourdes dentro das inúmeras arbitrariedades cometidas pela organização neste período.
Trabalhadores também falam sobre a forma que foram tratados, muitos com vários anos de serviços prestados no Hospital. Usuários e representantes de movimentos também declaram apoio a luta para que o hospital continue sendo público e que o dinheiro que a Prefeitura quer entregar para a organização social seja investido em melhorias no local.
Ao final foi definido que se nada mudar, nesta quinta-feira (20), às 10 horas, um novo ato será realizado na porta do hospital, como também irão escrever uma carta para o Ministério Público, informando dessas 48 horas em que o Einstein invadiu o Campo Limpo.
No entanto, mesmo com a realização do ato pedindo “Fora Einstein”, e expondo para a população tudo o que está ocorrendo dentro do hospital, recebemos relatos dos trabalhadores da farmácia, do plantão noturno, que sofreram pressão para deixarem seu local de trabalho. Os trabalhadores conseguiram barrar a entrada deles, pois não havia nada formalizado. A luta contra a privatização/terceirização continua!