Funcionalismo

Plenária de representantes sindicais discute luta contra reforma administrativa e a eleição municipal

23/10/2020 16:24

O Sindsep realizou virtualmente a plenária com os Representantes Sindicais de Unidade-RSU, na manhã desta sexta-feira, 23 de outubro, para debater a situação dos servidores e dos serviços públicos na cidade de São Paulo.

 

O encontro contou com a participação especial de Adriana Marcolino, técnica do Dieese, que realizou uma análise de conjuntura que teve como tema “Reformas neoliberais e impactos nos municípios”.

 

Adriana trouxe um panorama do avanço do neoliberalismo no mundo e no Brasil, bem como isso impacta a economia do país, em que há a mercantilização do trabalho e dos direitos sociais. Também abordou os altos índices de desemprego e como as reformas aprovadas, como a EC 95, reforma da previdência, trabalhista impactam negativamente a vida das pessoas e como as que estão em pauta farão o mesmo.

 

Lourdes Estevão, secretária dos Trabalhadores da Saúde do Sindsep, foi convidada para realizar um comentário após a fala da técnica do Dieese, no qual ela fala que a contextualização apresentada ajuda compreender que nossos problemas não são localizados em uma UBS, em um hospital, mas sim que são problemas globais e que só vamos combater se estivermos organizados.

 

Sergio também expôs seus comentários após apresentação e fez um apanhado de tudo o que vem ocorrendo desde o golpe da presidenta Dilma. Sobre as políticas que Doria não chegou a colocar em prática na cidade e que Covas quando assumiu colocou em prática, como aprovar a reforma da previdência municipal e a extinção das autarquias. As eleições também foram outro ponto importante que os trabalhadores precisam unir forças para levar um candidato de esquerda para o segundo turno.

 

Num segundo momento da plenária, trabalhadores de diversas áreas do funcionalismo público, falaram sobre as situações que enfrentam no seu dia-a-dia de trabalho principalmente neste momento de pandemia.

 

Trabalhador do Samu falou das dificuldades enfrentadas no início da pandemia, sem assistência alguma do governo e principalmente dos EPIs precários. Com as inúmeras denúncias feitas pelos trabalhadores a situação melhorou. Lembrou dos colegas que vieram a falecer devido a Covid e dos muitos que adoeceram, além de apresentar sua preocupação com uma segunda onda de contaminação no país que será muito pior que a primeira.

 

Uma trabalhadora terceirizada da assistência social, deu um depoimento comovente de como ficou evidente durante a pandemia, de quanto é precarizado o trabalho terceirizado. Aproveitou para falar sobre um ato que irá acontecer a favor destes trabalhadores.

 

A Secretaria Municipal de Habitação também teve uma representante que falou sobre o avanço da terceirização neste departamento. Da construção de um documento por parte dos trabalhadores para apresentar ao governo suas reivindicações bem como sobre o que acreditavam ser relevante neste momento de pandemia na secretaria. Também falou sobre a falta de EPIs para os trabalhadores e da dança das cadeiras dos secretários da pasta.

 

O trabalhador do nível básico falou da atuação do governo para dividir a população, mas que todos os presentes na reunião estavam conscientes que os servidores precisam voltar para as suas lutas e que não pode ser aprovada a reforma administrativa, sem que se tenha feito uma reestruturação nas carreiras.

 

A Secretaria do Verde e Meio Ambiente também teve um representante que falou sobre as mudanças que este departamento passou, bem como que 50% mais ou menos dos trabalhadores tem cargo comissionado, por causa dos parques da cidade que são cabides eleitorais. Falou sobre a eficiência da Cipa da secretaria, principalmente na pandemia, o que garantiu que o grupo de risco fosse afastado e houvesse rodízio dos trabalhadores.

 

A Covisa que passou por um verdadeiro desmonte, também teve vez nas falas, trabalhadora falou sobre os problemas no departamento e de como ocorreu o desmonte e sobre a paralisação de muitos trabalhados por conta disso. Servidores foram transferidos para unidades sem condições para receber estes trabalhadores e muitos em tarefas que não tem conhecimento. Estão insatisfeitos e infelizes com suas novas funções.

 

Os trabalhadores terceirizados foram novamente representados por uma trabalhadora de CAPS, que falou de como a pandemia foi angustiante, principalmente pelas pessoas que ficaram desassistidas com o fechamento de muitas unidades no início da pandemia e de como os trabalhadores estão vulneráveis, pois estão sem supervisão técnica.

 

Trabalhadora aposentada da educação, falou sobre a conjuntura atual desta área que está sofrendo vários ataques, como a terceirização dos CEUs, a mercantilização da educação e das mentiras que Covas está apresentando em sua campanha, como o cartão merenda, entre outras coisas e da importância da eleição municipal para mudar isso.

 

Ao final foi aberto para que alguns servidores realizassem intervenções e para que fossem feitos os encaminhamentos. Foi deliberado no encontro uma plenária virtual da educação neste sábado (24), às 10 horas.  No dia 4 de novembro, às 18 horas, terá uma plenária virtual no nível básico e do nível médio e com os aposentados.

 

Sergio ainda reforçou a importância dos servidores participarem na próxima quarta-feira (28) do Dia Nacional de Mobilização de Luta contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro, às 13h30, na Praça do Patriarca.