Funcionalismo

Prefeito Nunes aprova em 1ª votação 'cabidão' na Educação, na calada da madrugada

15/07/2021 10:53

Caso a Câmara de Vereadores aprove a matéria, em 2ª votação, salários dos 15 cargos criados vão variar de R$ 10 mil a R$ 13 mil, sem concurso público ou qualificação.

Novo golpe da Prefeitura de São Paulo é desferido contra o serviço público municipal. Na calada da madrugada desta quinta (15/07), vereadores da base de apoio do prefeito Ricardo Nunes aprovaram o “cabidão” na Educação. O PL 444/2021, do Executivo, foi aprovado em primeira votação por 31 votos favoráveis e 20 contrários. Se for aprovado em segunda votação, a gestão Ricardo Nunes fica autorizada a criar 15 cargos com salários de R$ 10 mil a R$ 13 mil mensais, para a “gestão do quadro de servidores da Secretaria Municipal de Educação”. 
 
Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep, foi enfático: “Ricardo Nunes está prestes a inaugurar o trem da alegria de seu mandato, criando 15 cargos com salários de 10 a 13 mil reais para "gestão" da educação”. E continua: “Com salários alcançados em poucas carreiras da prefeitura, que para chegar a esse nível exigem concurso público, anos de experiência e formação permanente, os cargos criados servem à acomodação das alianças que o prefeito precisa fazer, para garantir sua sustentação política após a morte de seu antecessor”. 
 
Na opinião de Antiqueira, uma verdadeira aberração para a educação na cidade de São Paulo. “Prestes a entrar em recesso, a Câmara se prepara para a elaboração, no segundo semestre, da Lei Orçamentária para 2022, planejamento que indica quanto e onde gastar um orçamento previsto de R$ 67 bilhões para o ano que vem”.
 
Luba Melo, dirigente do Sindsep, reforça a crítica à ação do governo municipal. “Um verdadeiro absurdo, que num momento de pandemia, o governo Ricardo Nunes queira distribuir cargos comissionados com altos salários sem exigência de qualificação, enquanto políticas importantes para a Educação da cidade de São Paulo seguem aguardando novos concursos. Exemplo disso são os 12 novos CEUs criados na cidade de São Paulo, seguem aguardando desde 2019 a criação de cargos de gestores, coordenadores dos Núcleos de Cultura, Esportivo e Educacional e Analistas.


FOTO: João Raposo | REDE CÂMARA