Funcionalismo

Representantes sindicais do Sindsep debatem pauta reivindicativa e luta por condições de trabalho no serviço público

26/02/2021 18:28

O Sindsep realizou nesta sexta-feira (26) reunião com os Representantes Sindicais de Unidade – RSU, para debater pautas relacionadas a saúde, educação e aos ataques que os servidores públicos vêm sofrendo e podem sofrer caso a PEC Emergencial (186) seja aprovada pelo Senado.
 
A reunião foi aberta com uma análise de conjuntura, realizada pelo presidente Sergio Antiqueira, que falou sobre a PEC Emergencial que era para ter sido votada nesta quinta-feira (25), mas foi barrada, por resistência dos estados e municípios, pois ela prevê a desvinculação das verbas da saúde e educação. No entanto, ela irá retornar na próxima semana com outro texto, mas os servidores precisam ficar atentos, pois o corte de 25% nos salários dos servidores públicos deve continuar.
 
Sergio ainda falou das dificuldades na organização das mobilizações devido a pandemia. Em relação as vacinas, afirma que estamos vivendo uma crise mundial, mas no Brasil é muito pior, porque tudo que Bolsonaro poderia fazer para evitar que tivéssemos vacina, ele fez. “O que estamos vivendo aqui é uma tragédia. Se formos esperar a contaminação por rebanho, vamos ter que esperar morrer 1 milhão de pessoas. Nem uma guerra faz isso com uma população”.
 
O presidente falou que são Paulo esta as vésperas de viver uma catástrofe ainda maior que Manaus e apresentou dados do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, que diz que em outubro de 2020 a cidade teve 600 óbitos por Covid confirmados, em novembro 700, em dezembro 1200 e janeiro 1800. E é nesse cenário que as escolas estão sendo reabertas.
 
Lourdes Estevão, secretária dos Trabalhadores da Educação, falou sobre o governo, que os trabalhadores precisam entender que temos um governo genocida, negacionista e de ultradireita. E que é necessário conversar todos os dias com os colegas de trabalho, família e vizinhos, que quando falamos que é um governo genocida, é porque ele adotou uma estratégia de morte.
 
Ao apostar na política genocida, o presidente quando fala que vão morrer mais pessoas com mais de 60 anos, para eles cada um que morre é uma aposentadoria a menos que terá que pagar. Bolsonaro é amigo do Coronavírus.
 
Em relação a vacinação, os trabalhadores da saúde estão sendo vacinados, mas não estão tranquilos. Pois enquanto não tivermos 70, 80% da população vacinados, eles não estarão seguros. O fato deles terem sido vacinados não significa segurança.
 
“Temos que somar na luta por vacinação. Vacinação para todos é nossa luta. Outra coisa que precisamos continuar discutindo, é a necessidade de realizar a testagem. Mas o secretário de Saúde, diz que ao invés de testar vão comprar vacina, isso é uma manobra. Pois o governo prefere manter a bandeira amarela, mesmo que esteja vermelha ou preta na cidade, porque se testa tem que publicizar”, declarou Lourdes.
 
Greve na educação por condições de segurança sanitária, testagem e vacinação para todos
Maciel Nascimento, secretário dos Trabalhadores da Educação, em sua fala apresentou a pauta de reivindicações da greve da educação, bem como do caráter da greve que é diferenciada. A greve da educação é pela vida.
 
Abordou as dificuldades para mobilizar os trabalhadores para a greve, pois como um dos pontos é que todos possam estar em teletrabalho, os que já estão se sentem contemplados, mas a greve não tem só esse ponto de reivindicação. Pois eles precisam ter condições para realizar o teletrabalho.
 
Outra questão é o escalonamento da abertura das escolas, pois as pessoas acham que por não voltarem ainda não precisam entrar em greve. Mas que apesar de todas as dificuldades tivemos uma vitória que foi a não retomada das aulas em 1º de fevereiro, vitória da luta conjunta das entidades.
O secretário ainda apresentou o número de profissionais contaminados por Covid -19 em unidades escolares que retornaram as aulas e que o levantamento foi apenas dessa última quarta e quinta-feira para apresentar na reunião, mas reforçou que tem muito mais.
 
Após as falas dos três dirigentes foi aberto para os participantes realizarem suas falas. Entre as questões apresentadas foram os casos de profissionais da educação contaminados e que o governo não informa. Dificuldades na adesão dos colegas a greve, como também dos profissionais que estão aderindo ao movimento por medo da contaminação, já que os casos estão aumentando nas unidades escolares. Também a falta de informação sobre os caso de Covid confirmado na unidade e como proceder, pois governo não informou corretamente.
 
Grupos de trabalho debatem lutas
 
Ao final das falas, os participantes foram divididos em quatro grandes grupos: Vacinação Já, coordenado por Lourdes Estevão e Marco Dalama; Volta as aulas e segurança sanitária, coordenado por Maciel Nascimento e Lenir Viscovini; Reforma Administrativa, coordenado por Vlamir Lima e João Santana; Campanha salarial, coordenado por Sergio Antiqueira e Andrea Oliveira. Ao retornarem cada grupo teve um relator que apresentou as propostas de cada grupo em relação ao tema de seu grupo.
 
Lançamento de livro sobre saúde mental
A reunião também contou com o lançamento do livro “Saúde mental e trabalho no serviço público”, dos pesquisadores Anália Soria Batista, Remígio Todeschini e Walderley Codo. O lançamento contou com a participação de Walderley que explicou um pouco sobre a pesquisa e o objetivo do livro.