Funcionalismo

SAS Jabaquara, onde já foram registrados 10 casos de Covid entre funcionários, segue com condições sanitárias precárias

15/02/2021 12:09

Falta ventilação no prédio, pessoal para realizar higienização, identificação no piso para distanciamento social e sobram problemas estruturais para garantir condições de trabalho seguras.

O Sindsep esteve na última sexta-feira (12) na Suprevisão de Assistência Social (SAS) Jabaquara, dando sequência às visitas técnicas para verificar as condições de trabalho e atendimento do serviço. De acordo com Luba Melo, coordenadora da Região Sudeste e secretária de Atenção a Mulher Trabalhadora do Sindsep, várias inconformidades relacionadas à estrutura recomendada pelas autoridades sanitárias foram identificadas no imóvel, que também concentra o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e o Núcleo de Proteção Jurídico Social e Apoio Psicológico (NPJ).
 
Acompanhada por Elionara Ribeiro, técnica em Saúde do trabalhador do Sindsep, a dirigente sindical constatou na visita ao Cras uma copa muito pequena para as refeições dos trabalhadores, problema de ventilação no subsolo, ausência de demarcação de distanciamento social nos pisos das áreas de atendimento à população, ausência de controle de temperatura para o ingresso aos serviços e um único profissional de limpeza para atender a todas as unidades, apesar das constantes queixas dos trabalhadores sobre essa situação.
 
Na sala dos técnicos do Cras, a fiação também encontra-se em desacordo com as normas de segurança do trabalho. Existem apenas quatro cadastradores atendendo ao mesmo tempo, sem o distanciamento adequado entre os colegas e a população atendida.
 
No prédio, onde já foram registrados 10 casos de Covid entre os trabalhadores, com uma delas ainda afastada, além de outro caso suspeito, não houve por parte da gestão municipal recomendação de isolamento dos trabalhadores que tiveram contato, nem testagem ou desinfecção no local.
 
Os banheiros do imóvel onde funcionam os serviços socioassistenciais são um foco importante de queixas. "A ventilação é realmente precária e o sanitário para pessoas com deficiência sequer possui janelas. Este prédio precisa de manutenção corretiva e preventiva,  inclusive  no jardim  que pode se transformar em um foco de contaminação por dengue. E, apesar, do prédio contar com máscara e álcool em gel em quantidade disponível para funcionários e usuários, vimos muitas pessoas circulando sem máscaras".
 
 
Para Luba Melo é preciso que a Prefeitura de São Paulo amplie os cuidados com os servidores que estão adoecendo e morrendo. "Não somos descartáveis. É preciso que a Prefeitura seja consequente com os serviços que seguem abertos e os trabalhadores que estão atendendo a população em vulnerabilidade desde o início da pandemia. Vamos continuar verificando as condições de todos os serviços da assistência social e cobrando o que é determinado pelas autoridades sanitárias. Vidas acima do lucro", reiterou a sindicalista.