Funcionalismo

Vitória contra a perseguição da gestão Bruno Covas a cipeiro do Hospital Vila Nova Cachoeirinha

02/04/2020 18:31

Garantido o retorno de cipeiro de 68 anos, que foi transferido "ex officio" do Hospital Vila Cachoeirinha, zona Norte, para o Hospital Tide Setúbal, zona Leste, referência para Covid-19

 

A exemplo das perseguições e remoções arbitrárias impostas no final de 2019, contra cipeiros do Hospital Municipal José Soares Hungria (Pirituba) e Hospital do Servidor Público Municipal, dessa vez o Sindsep garantiu na Justiça o retorno do servidor público municipal Antônio Carlos Pereira, cipeiro do Hospital Municipal Escola Vila Nova Cachoeirinha, na zona Norte.

 

Antônio Pereira mostra mandado de segurança que garantiu retorno ao Hospital Vila Nova Cachoeirinha

 

Servidor há 37 anos no município, 32 dos quais na Maternidade Cachoeirinha, Antônio Pereira foi removido “ex officio” sem justificativa para o Hospital Municipal Tide Setúbal, zona Leste, há aproximadamente 37 quilômetros de onde mora.


"Para chegar ao Tide Setúbal tenho que acordar 4 horas da manhã e pegar 3 ônibus. Não esperava esse tipo de desrespeito. Tenho 32 anos de maternidade. Vi esse lugar crescer. Eu só queria entender o porquê disso. Ninguém me diz o que eu fiz para ser transferido, nem a unidade para onde me enviaram sabia que eu estava indo para lá", conta indignado o servidor.

 

Caxambu, o apelido pelo qual é conhecido, que já passou por tratamento contra um câncer e aos 68 anos ainda está na ativa, integra o grupo de risco. “Mesmo assim foi enviado ao hospital Tide Setúbal, que se tornou referência para atendimento dos casos de Covid-19, onde na terça-feira (31) registrou o óbito do auxiliar de enfermagem Eduardo Gomes da Silva, vítima da doença. É desumano tratar um servidor que dedicou 37 anos da sua vida ao serviço público dessa forma. Uma pessoa com a saúde debilitada ser mandada para trabalhar num hospital onde há grande circulação do virus é dar uma sentença de morte", enfatiza Lucianne Tahan, diretora do Sindsep e coordenadora da região Noroeste.


Durante a reunião da mesa técnica da saúde, a secretária-adjunta de Saúde Edjane Maria Torreão disse que o grupo de risco ficaria na retaguarda, o que até este momento não se confirmou.

 

A dirigente também pontua a distância para onde o servidor foi removido, há duas horas de onde mora, “colocando sua vida em grave e desnecessário risco”.

Tahan foi procurada por servidores da Maternidade Cachoeirinha e relataram que estão sofrendo ameaças. “Eles disseram que qualquer um que fizer denúncia será transferido ‘ex ofício’ pelo próprio secretário de Saúde, como fizeram com o seu Antônio Carlos”.

O Sindsep repudia qualquer tentativa de remoção como medida de perseguição e punição, e entende que a administração deve respeitar a CIPA e a organização no local de trabalho.


“Vemos com preocupação e revolta que práticas como essa ainda persistam mesmo num contexto de calamidade pública, que estamos vivendo nos locais de trabalho com profissionais adoecendo e denunciando diariamente a escassez de equipamentos de proteção individual”, ressalta o vice-presidente do Sindsep, João Gabriel Buonavita.

O vice-presidente do Sindsep também manda um recado aos gestores: “Prefeito Bruno Covas e secretário de Saúde Edson Aparecido, respeitem os trabalhadores(as), as cipas e os(as) representantes sindicais!”.


 

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