09/02/2022 13:00
Representantes da base dos níveis básico e médio lembram o que mais marcou, entre os anos de 2018 e 2021, período marcado por greves, pandemia da Covid-19, aumento de salários do 1º escalão, 0,01% para servidores municipais e confisco de 14% nos proventos de aposentados.
Servidores de níveis médio e básico paralisados em frente à Prefeitura de SP, em 2019. | Foto: Letícia Kutzke/Sindsep
“A greve de 2019. Foi a primeira. Uma greve que juntou Nível Básico e Médio, quando estávamos discutindo a reestruturação de carreiras, porque a categoria rejeitou o que o governo estava tentando impor goela abaixo dos servidores. As categorias fi caram acampadas, inclusive por duas noites, em frente a prefeitura, fazendo enfrentamentos e piquetes, para impedir a reabertura de unidades, como a Secretaria de Finanças, que impedimos a abertura por dois dias. Essa luta foi em nome de uma reestruturação melhor para servidores dos níveis básico e médio”.
Djalma Maria Prado é diretora de Cultura e Eventos do Sindsep, Agente de Apoio no Serviço Público Municipal há 36 anos.
Djalma Prado e Vlamir Lima.
“A luta contra a reforma administrativa (PEC 32) foi uma campanha difícil, mas que conseguiu unificar os servidores municipais, estaduais e federais. O Sindsep, junto com a Confetam, desempenhou papel importante na pressão para que essa PEC não fosse votada em 2021, e que daremos seguimento esse ano. Os últimos 4 anos também tiveram a luta unificada de agentes de apoio e AGPPs, que evoluiu para uma greve possibilitando que a reestruturação – hoje imposta – fosse menos ruim que a proposta pelo governo, em 2019. Daremos sequência nesta briga para que sejam consideradas na reestruturação, as promoções de 2021, além do quinquênio e sexta parte. E o PLO 07, que ao cobrar dos aposentados 14%, aporta menos recursos do Tesouro para a Previdência Municipal e deve ficar com mais de R$ 79 bilhões de sobra em caixa. Nossa luta é pela reposição salarial, reajuste nesse ano de 2022”.
Vlamir Lima é diretor de Política Intersindical e Solidariedade do Sindsep e dirigente da Confetam
“A primeira greve que participei foi em 2018, no início da gestão Doria, que já chegou determinado a desmontar o serviço público. Foi nesse período que passei a me identifi car com a direção do Sindsep, um sindicato sério que representa trabalhadores de todos os segmentos do Serviço Público com muita garra. Essa atual gestão, me orgulho muito, porque a gente sente uma capacidade maior pra fazer esses enfrentamentos a esses desmontes no serviço público, que com Ricardo Nunes parece ter se ampliado”.
Manoel da Cruz Oliveira é agente de apoio na Subprefeitura do Itaim Paulista e em maio completa 30 anos como servidor público municipal.
“Nos últimos quatro anos fomos perseguidos, mas a gente não pode baixar a cabeça. Confio no sindicato. Sou filiado ao Sindsep desde 1991, sempre lutamos, fi zemos greve, mas nunca sofremos tanto como nesses dois últimos governos. Porrada e bomba é o que temos recebido. Pior: tiraram do nosso [bolso] para aumentar no ‘deles’. Isso foi o que seu Ricardão [prefeito Nunes] mandou pra gente [PLO 07]. Nesses 4 anos, o sindicato teve mais lutas do que em qualquer outro período, algumas ganhamos, outras estão para sair na Justiça; o Sérgio está de parabéns, só que eu como trabalhador vejo que enquanto esses ‘caras’ continuarem governando São Paulo, não teremos futuro nenhum”.
Dimas Martins é agente de apoio há 30 anos na Prefeitura de São Paulo, atua na Subprefeitura de Itaquera
“O Brasil e o Serviço Público passou a viver anos muitos difíceis, em 2018, com a eleição desse sujeito execrável à Presidência e um governador, que têm como alvo os servidores e serviços públicos. Inúmeros foram os ataques aos aposentados e servidores da ativa. São Paulo foi um balão de ensaio. Nem a pandemia foi um cessar-fogo. Por outro lado, o Sindsep foi a todo tempo luta, combate e resistência. E as pautas, muito mais agressivas, foram atenuadas graças a essa postura do sindicato. Quero agradecer ao Sindsep por nos orientar e estar conosco”.
Ana Soraya Nascimento é AGPP, trabalha no Serviço Público Municipal há mais de 35 anos.
“Foram quatro anos de luta contra o desmonte dos serviços públicos, contra os ataques aos servidores, por reajuste salarial, para minimizar os danos de um plano de reestruturação indecente. Não fugimos à luta e vamos nos preparar para mais lutas pela frente, uma vez que a reestruturação continua sem atender à maioria. Temos força, garra, então, seguiremos na luta pra reconquistar nossos direitos”.
Luzia Barbosa Antunes Simões é AGPP na Secretaria Municipal de Habitação e completa, em março deste ano, 30 anos de Serviço Público Municipal