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Manhã Bandeirantes | Trabalhador denuncia suposta associação criminosa entre hospitais privados e funerárias clandestinas

27/10/2022 13:10

De acordo com funcionário ouvido pela reportagem, funcionários de hospitais particulares estariam avisando a funerárias privadas clandestinas sobre a morte de pacientes ou até abreviando-a em troca de comissões de R$ 5 mil por semana

Por Redação Sindsep




 

Reportagem do programa Manhã Bandeirantes denunciou, na última quarta (26/10), suposta associação criminosa que estaria ocorrendo entre funcionários de hospitais particulares e funerárias privadas clandestinas [não tem autorização para atuar na cidade de São Paulo], para avisar ou até abreviar a morte de pacientes em troca de comissões pagas pelas funerárias.
 
“Hoje, o Serviço Funerário de São Paulo representa apenas 50% dos atendimentos funerários, os outros 50% são feitos por uma série de empresas que estão trabalhando de forma alternativa aqui dentro da cidade e, pior, estão captando serviços dentro dos grandes hospitais. Faz uns seis meses que o SFMSP não pega um funeral em grandes hospitais. Quem é que pega? Empresas que trabalham aqui [na cidade] de forma alternativa, que têm pessoas lá dentro para avisar e fazer a captação do serviço. Isso é perigosíssimo, porque pode acontecer o que ocorreu no Rio de Janeiro, no ano passado, onde existia o enfermeiro da morte. O enfermeiro da morte era aquele que desligava o equipamento para a pessoa morrer, ele acionar a funerária e receber a comissão”, denunciou um trabalhador do Serviço Funerário Municipal.
 
O trabalhador resgata o caso ocorrido no ano passado, no Rio de Janeiro, para analisar o que vem ocorrendo em São Paulo, onde o Serviço Funerário Municipal não é o que atende a 40%, 50% dos sepultamentos de maior remuneração.
 
De acordo com o jornalista Augustinho Teixeira, as funerárias clandestinas estariam pagando R$ 5 mil por semana a esses funcionários de hospitais privados para serem avisados sobre as mortes, que depois renderiam um sepultamento de R$ 30 mil.
 

Para o secretário de Política Intersindical do Sindsep, João Batista Gomes, é preciso que haja uma investigação, pois a denúncia é "pesada". "Mas isso demonstra o que é o serviço privado. A morte é mais um negócio. Por isso não aceitamos a privatização que só vai agravar essa situação. A concessão deveria ser anulada. Queremos o serviço funerário 100% público e vamos continuar essa luta", acrescentou o dirigente.

Nem um tostão da concessão 


A Prefeitura de São Paulo finalizou o processo de concessão dos 22 cemitérios e crematórios municipais em 16 agosto e até agora não viu nem uma cédula dos R$ 7 bilhões desejados pela venda dos serviços de cemitérios e crematório públicos e serviços funerários de São Paulo por 25 anos.