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Movimentos, entidades e Sindsep realizam protesto contra o fim da gratuidade no transporte público

04/01/2021 15:09

Próximo ato será sábado (9/01), às 14h, no vão livre do Masp

Idosos e idosas iniciaram o ano protestando contra o fim da gratuidade dos transportes públicos em São Paulo. O ato, organizado pelo movimento de idosos da cidade, que reúne uma série de entidades, teve a participação do Sindsep e ocorreu em frente a Câmara Municipal de São Paulo, na posse do prefeito Bruno Covas e de seu vice, Ricardo Nunes. Durante a cerimônia fechada, o prefeito afirmou que a prioridade de sua administração “está colocada: contribuir para diminuir as desigualdades sociais no nosso município”.
 
Desigualdade entre quem?
 
Para encerrar 2020, o prefeito Bruno Covas (PSDB), com apoio de 34 vereadores, aprovou na última sessão do ano (23/12) ganhou de presente um reajuste de mais de 46% a partir de 2022. O salário atual de R$ 24,175 passará a R$ 35.462. O do vice passará de R$ 21,7 mil para R$ 31.915,80 e dos secretários, com a elevação superior a 50%, saltará de R$ 19.340,40 para R$ 30.142,70.
 
O presente veio um dia após (22/12) retirar a gratuidade do transporte público na capital e Grande São Paulo para pessoas que têm entre 60 e 64 anos de idade. Um decreto foi publicado ainda em 30 de dezembro alterando a data, de 1º de janeiro para 1º de fevereiro de 2021, que começa a valer a imposição do modo tucano de governar. 
 
Covas revogou uma lei! A lei 15.912, de 2013, que garantia a isenção de pagamento da tarifa nas linhas urbanas de ônibus às pessoas com idade igual ou maior que 60 anos. E o governador João Doria, da mesma escola de crueldades, revogou em 30 de dezembro um decreto de 2014 que regulamentava a gratuidade para idosos em Metrô, trens da CPTM e os ônibus intermunicipais (EMTU) da Grande São Paulo.
 
Sacanagem
 
Para o diretor do Sindsep, Ejivaldo Espírito Santo, que esteve no ato do dia 1º, não adianta ser republicano com um prefeito que faz esse tipo de sacanagem na cidade de São Paulo. “Na campanha com uma fala mansinha convenceu o povo a votar nele e qual foi a primeira medida? Aumentar o seu salário. Isso ele não discutiu na campanha! Não contente com a maldade, prejudicou as pessoas com mais de 60 anos, retirando a gratuidade do transporte público”.
 
O dirigente avalia que o prejuízo não tem medida, já que muitos que usufruem desse direito não eram aposentados, devido à reforma da Previdência. “Sem direito agora ao transporte público. Muitos não terão condições de ir ao médico. Por isso viemos aqui pra dizer a ele que não terá facilidades”.
 
Olga Quiroga, coordenadora do Grupo de Articulação para a Conquista da Moradia do Idoso da Capital (Garmic), que foi vice-presidente do Conselho Municipal dos Idosos na Cidade de São Paulo, classificou o ato como vergonhoso. “O senhor [dirigindo-se ao plenário da Câmara, onde estava o prefeito Bruno Covas] não vive na periferia como eu vivo”.
 
Marcia Perroni, servidora pública e integrante da Frente Municipal em Defesa do SUAS, disse não se surpreender com a postura subordinada do Legislativo. “Tudo que o prefeito manda, aqui [Câmara] é aprovado, e que se dane o povo. Foi isso que ocorreu com o transporte coletivo, foi retirada a gratuidade dos idosos, mas também aumento salarial do prefeito, do vice e dos secretários, e congelamento dos salários dos servidores; há 20 anos ganhamos a mesma coisa”. 
 
 
 
Próximo ato no Masp
 
Representantes do RPDi, Fórum de Políticas Públicas para Pessoas Idosas Região Centro, Movimento do Idoso Centro, Movimento dos Catadores, Movimento de Moradia do Centro e outros informaram que no próximo sábado (9/01), às 14h, o ato será maior no vão livre do Masp, avenida Paulista.
 
 
Assista ao vídeo do ato de 1º de janeiro
 
Confira imagens