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Reunião dos Representantes Sindicais de Unidade discute os problemas dos trabalhadores públicos durante a pandemia

03/05/2021 10:02

Encontro contou com palestra sobre a importância da vacinação e o descaso dos governos; Ainda houve apresentação do Curso de Formação Permanente de RSUs e CRRs

Nesta sexta-feira, 30 de abril, ocorreu a Reunião dos Representantes Sindicais de Unidade (RSU) do Sindsep. Os presentes acompanharam palestra de Mychelle Alves, presidenta do Sindicato das trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz (Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnlogia, Produção e Inovação em Saúde Pública - Asfoc-SN), tratando do contexto político da vacinação no país e do descaso dos governos com a população. Também foi debatido, por representantes de diversas categorias, a situação dos trabalhadores na pandemia nas áreas da Educação em Greve pela Vida, trabalhadores da saúde, assistência social e serviço funerário. Ao final do evento, foi apresentado, também, o Curso de Formação Permanente de RSUs e CRRs.

Na abertura do dia, João Gabriel Buonavita, vice-presidente do Sindsep, homenageou a colega Ruth, da EMEI Helena Lopes, falecida hoje (30), em decorrência da Covid-19. João Gabriel reforçou a união dos trabalhadores durante estes tempos difíceis. “A gente está junto, resistindo e enfrentando esta situação, uma conjuntura dura, mas de enfrentamento e muita luta.”

Mychele Alves iniciou sua fala tratando do contexto político da vacina, lembrando casos de racismo e xenofobia cometido por ministros e membros do governo Bolsonaro ao falar da China, o que dificulta a obtenção de insumos para a fabricação das vacinas, prioritariamente produzidos por empresas chinesas. Além disso, falou sobre os ataques aos servidores públicos, frisou que os servidores públicos das diversas áreas que lutam e estão na linha de frente em defesa da vida e, ainda assim, recebem ataques e desmontes dos governos.

Mychelle falou sobre o negacionismo do governo federal, que é anticiência e antipovo. Segundo a CPI da Covid-19 no Senado, o Brasil possuía ofertas de 11 vacinas e o governo Bolsonaro não aceitou. Ainda reforçou o compromisso dos trabalhadores, “nós temos compromisso com a vida. Lutamos por vacinas para todos, enquanto eles lutaram pelo camarote da vacina” citando a tentativa frustrada de empresas particulares comprarem e distribuírem as vacinas. E concluiu, “a maior forma de proteger as pessoas é a vacina, distribuída gratuitamente pelo SUS.”

Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep, falou sobre a importância do papel do Sindsep de construir informação, com denúncias recebidas pelos servidores, visitando as unidades, para levar ao Ministério Público, acerca do descaso e do desmonte dos serviços públicos, afetando trabalhadores e usuários. Sérgio também destacou que foi por meio das denúncias e da cobrança do sindicato que conseguimos melhores equipamentos de proteção aos profissionais da saúde e do serviço funerário, por exemplo.

“A importância de termos o papel de construir informação é que vamos juntar os dados, com apoio de entidades sindicais da saúde, disponibilizar para pesquisadores realizarem estudos, com informações da pandemia. Com isto, alimentar o judiciário, como contraponto do que a imprensa diz e que blindam os governos Dória e Covas de suas responsabilidades”, afirmou Sergio.

Ao final da primeira parte, com os comentários e dúvidas dos presentes, houve uma apresentação de representantes de algumas categorias acerca da situação dos trabalhadores neste contexto de pandemia e de Greve pela Vida na educação. Ana Paula, ATE, falou sobre a situação do Quadro de Apoio na educação, visto como um trabalhador de segunda classe pelo governo, e sobre como o Sindsep foi o único sindicato que abraçou a categoria. A professora de CEJA, Laura Cymbalista, falou sobre o momento das escolas, em que há uma dupla exclusão dos alunos: não estão indo às aulas com medo da contaminação e, por conta da exclusão digital, não possuem os meios para acessar as aulas à distância. Por isso, é imprescindível a distribuição de tablets para os alunos.

A supervisora escolar Maria Vilany Rodrigues falou sobre a carga excessiva de trabalho para os coordenadores e do quadro de apoio, que estão acumulando funções, se expondo ao risco abrindo as escolas, com pouco ou nenhum apoio e muito descaso por parte da Secretaria Municipal de Educação. Carlos Ailton, falou pela Assistência Social, que vem enfrentando sucateamento dos serviços e do trabalho. Carlos lembrou a luta pelo chamamento dos concursados, em que muitos ficaram de fora e agora recorrem na justiça, e do importante apoio dado pelo Sindsep à época. O que se vê hoje são unidades com um ou dois servidores, com muito serviço e uma crescente população vulnerável que necessita de atendimento.

Já Maria de Lourdes, da coordenadoria de Saúde Sul, falou sobre a situação do atendimento da Saúde Mental, com grande impacto nos tempos de pandemia e isolamento social. Em São Paulo temos uma grande terceirização dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), além da precarização dos serviços públicos. Vlamir Lima, diretor do Sindsep, apresentou a situação dos funcionários do Serviço Funerário, que também sofrem com o desmonte e a privatização. Durante a pandemia, foi uma grande luta por equipamentos de proteção e a inclusão dos trabalhadores entre a lista prioritária de vacinação, além dos debates contra as terceirizações e privatizações.

Ao final da reunião, foi apresentado o novo curso de Formação Permanente de RSU e CRR do Sindsep. O curso é realizado pela Secretaria de Formação do Sindsep e estará disponível em breve. O objetivo do curso é formar e ajudar no crescimento dos representantes sindicais, apresentando a eles as relações e as funções referentes aos RSUs. Também ao final, Sergio Antiqueira, convocou a todas e todos para a participação nas atividades do 1º de Maio da CUT, que aconteceram no último sábado, com transmissões ao vivo e carreatas pela cidade.