Saúde

Bruno Covas esconde informações sobre o avanço da Covid-19*

25/11/2020 11:59

Desde a primeira semana de novembro, informações de fontes próximas confiáveis, bem como informações de veículos de imprensa dão conta do aumento nas taxas de internações por Covid-19 em hospitais da rede particular, bem como em hospitais estaduais.

 

Há mais de duas semanas, o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) está junto aos/as trabalhadores/as da saúde pública municipal buscando informações sobre a variação nas internações e mortes por Coronavírus, para construir um panorama mais completo da situação na rede de saúde pública municipal, em especial, em hospitais e prontos socorros.

 

Sabemos que as mortes e as internações cresceram muito, por exemplo, no HM Tide Setúbal, no Itaim Paulista, Zona Leste da cidade, as enfermarias de pediatria já se transformaram em enfermarias de Covid. No HM Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, Zona Sul, no HM Prof. Dr. Waldomiro de Paula, em Itaquera, Zona Leste, o Pronto Socorro Municipal Balneário São José, no Pronto Socorro Municipal Dona Maria Antonieta Ferreira de Barros, no Grajaú, zona Sul e no inacabado Hospital Municipal Josanias Castanha Braga, em Parelheiros, entre outros.

 

A própria série histórica do Boletim Diário Covid-19 no município de São Paulo, demonstra que há aumento no número de mortes nas últimas três semanas: da semana dos dias 21 a 27 de outubro (93 mortes) para a semana de 11 a 17 de novembro (123 mortes), houve um aumento de 32% na capital paulistana.

 

Por outro lado, o Sindsep está com enormes dificuldades em obter os números reais de internações e mortes em cada hospital e em cada pronto socorro municipal, pois as UTIs e enfermarias de Covid estão nas mãos das empresas terceirizadas, as chamadas Organizações Sociais da Saúde, que não têm nenhum compromisso com o público e com a transparência das informações.

 

Tais informações são importantes para verificarmos como está o comportamento da pandemia em cada região paulistana, bem como para traçarmos estratégias para a garantia de boas condições de atendimento à população paulistana por parte dos/as trabalhadores/as da saúde pública municipal, como também EPIs em quantidade e qualidade adequados, testes sorológicos para todos, necessidade de alocação de novos leitos de enfermaria e de UTI, etc,.

 

Para além do boletim, visando o segundo turno das eleições, o governo Bruno Covas esconde esse aumento nas mortes e afirma que “não há nenhuma necessidade de retroceder na flexibilização da quarentena,” colocando os/as trabalhadores/as e a população paulistana em grave risco.

 

Junte-se a isso, o fato de que, com a desestruturação da Covisa, a cidade de São Paulo vai ficar com a força-tarefa contra a Covid-19 enfraquecida, já que é a Vigilância Epidemiológica que realiza treinamento de profissionais da rede de atenção à saúde; monitoramento de casos leves, graves e óbitos, por meio dos sistemas de informação; orientação a entidades de classe; visitas a hospitais para adequação de protocolo de biossegurança e de controle dos casos visando diminuir riscos; fornecimento de informações e elaboração de boletins diários sobre a evolução da situação epidemiológica na cidade; plano de coleta de produtos para diagnóstico in vitro de Covid-19; entre outros serviços que não podem ser descentralizados.

 

Esta é mais uma faceta da chamada “necropolítica”, que dita quem pode viver e como alguns devem morrer. Um prefeito que nega a segurança e a preservação da saúde do conjunto da população paulistana não merece nossa confiança.