A gestão Bruno Covas/Doria segue desmontando os serviços de saúde na cidade de São Paulo. Nesta terça-feira (10), o Sindsep recebeu relatos de trabalhadores que estão sendo obrigados a fazer transporte de mobiliário do prédio da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste para o prédio onde funciona o Centro Especializado em Reabilitação (CER) IV - Flávio Giannotti, no Ipiranga. Em 3 de março passado, o Sindsep esteve com usuários, movimentos de saúde, conselho gestor do serviço e outros movimentos populares num protesto em defesa da manutenção do serviço, ameaçado de ser desalojado para dar lugar a escritórios da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste (CRSS).
A arbitrariedade na decisão de mudança de prédio, que não é partilhada por usuários e trabalhadores do Conselho Gestor, nem sequer consultados, se confirma também na perseguição por parte da coordenadora contra quem discorda. Há relatos de assédio moral por parte da coordenação que vem submetendo os servidores a desvio de função, sem contar o prejuízo no atendimento à população.

Equipamentos caros entulhados pelo chão do corredor do CER IV.
Equipamentos avaliados em R$ 50 mil e até R$ 400 mil estavam na manhã desta terça-feira (10) amontoados pelo chão do CER Flávio Giannotti, assim como documentos. O setor de Otorrino não estava atendendo, consultórios foram transformados em salas administrativas e usuários são atendidos nos corredores.
Inaugurado em março de 2015, o CER Flávio Giannotti foi criado para reduzir o tempo de espera para exames, consultas especializadas, terapias para pessoas com deficiências físicas, intelectuais, visuais, auditivas e múltiplas, além de adaptações de próteses de diversos tipos, incluindo cadeiras de rodas e aparelhos auditivos, o equipamento está ameaçado de ser confinado a um único andar. É um dos poucos na cidade nesta modalidade. As salas de atendimento do CER IV foram capacitadas para atender aos quatro tipos de deficiências e não apenas aos moradores da região do Ipiranga, mas a toda a cidade. A capacidade média de 1.500 atendimentos/dia.
Acolhimento no corredor ou ausência total, como na especialidade de otorrino.
"Muito triste o que a Secretaria Municipal de Saúde, sob o comando de Edson Aparecido está fazendo. Desmontando um serviço fundamental para a população que mais precisa. Os pacientes, trabalhadoras e trabalhadores do CER Flávio Gianotti merecem respeito", disse a secretária de Atenção a Mulher do Sindsep, Luba Melo.
De acordo com João Ferreira, ativista da Frente contra o Sucateamento do SUS, foi protocolado um pedido do movimento de saúde na Promotoria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério Público exigindo que o atendimento seja restituído em todo o espaço do CER IV. ?Há uma ameaça de fechamento de salas do Hospital Dia ? Hora Certa, no mesmo complexo, para responder ao MP que não houve redução de atendimento no CER?, cita Ferreira.
Para Lourdes Estêvão, secretária dos Trabalhadores da Saúde no Sindsep, esse é mais um exemplo do que está ocorrendo na cidade inteira, em todos os serviços públicos, por isso ela reforçou o chamado para a Greve Nacional, no dia 18 de março.
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Documentos espalhados pelo chão das salas do CER Flávio Giannotti.