Saúde

UPA Perus | Falta água em descargas dos banheiros e segurança para trabalhadores e população

12/11/2020 15:27

Gerenciada pela SPDM, a unidade tem onda de furtos, falta de água e problemas estruturais que se arrastam desde dezembro passado, quando foi inaugurada às pressas

Às vésperas de completar um ano de funcionamento, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Perus segue arrastando problemas de estrutura desde que foi inaugurado às pressas em dezembro de 2019, sob gestão da organização social SPDM. 
 
O Sindsep vem acompanhando e verificando as denúncias relatadas por trabalhadores e população. Cobrando em vários momentos providências da gestão. Em julho, quando denunciamos o autoclave parado, falta de funcionários e até de água nos banheiros; em setembro, verificamos que além de equipamentos e camas danificados, haviam muitos colchões rasgados. Este mês, alguns dos problemas se agravaram, com tentativas de furto de veículos dos trabalhadores, indicando a falta de segurança no local, e novamente a falta de água nas descargas de todos os banheiros da unidade.
 
 
Nesta quinta-feira (12), a diretora do Sindsep, Lucianne Tahan, foi conferir as denúncias recebidas. “Não tem água nos banheiros utilizados pela população, igual a julho quando denunciamos. Além disso, há uma onda de furtos de carros. Na terça passada, uma funcionária quase teve o carro furtado. O crime só não se efetivou porque outra pessoa viu, deu um alerta e o bandido fugiu, mas destruíram o miolo da porta e o painel do carro da trabalhadora. O que mais choca é que isso ocorreu às 7h30 da manhã, nem foi à noite. Com isso, trabalhadores e usuários estão preocupados com a falta de segurança”, relata a coordenadora da Região Noroeste do Sindsep.
 
 
Segundo ela apurou, a empresa de segurança contratada afirma que a vigília ao estacionamento da UPA Perus não está incluído no contrato de serviço. “É um absurdo porque o estacionamento é da UPA e as pessoas estão com medo da ameaça de circular pelo local, ter seus pertences roubados, sofrerem um sequestro relâmpago...”, comenta.
 
Outra funcionária relatou à dirigente do Sindsep que 20 dias atrás teve o estepe de seu carro furtado. Na opinião da dirigente, é  preciso que o governo Covas garanta segurança aos trabalhadores que estão ali atendendo a população, colocando em risco suas vidas para atender a população, enfrentando a Covid-19 sem garantia de proteção, e agora tendo que enfrentar uma onda de insegurança ao chegar no plantão noturno e na hora que terminam seu plantão pela manhã. 
 
 

“O prefeito diz em sua propaganda de TV que cuida da população, que inaugurou várias unidades de saúde, mas a UPA demonstra que faz obras às pressas, cheias de problemas, e isso não tem nada de cuidado e nem respeito com população e trabalhadores. Outro exemplo disso é o Hospital da Brasilândia, uma obra que custou R$ 233 milhões e não aguentou a primeira chuva, alguns meses após a 'meia inauguração'; um dos muros veio abaixo”, lembra.

 

Após a publicação na tarde de ontem (12), outra funcionária da UPA Perus procurou a dirigente do Sindsep para acrescentar outros problemas. “A falta de lençóis, toalhas de banho e camisolas aos pacientes [denunciada pelo Sindsep em setembro] não foi solucionada. Estão regulando medicamentos e cuidados de higiene básica. Colchões continuam rasgados, leitos e equipamentos como bombas de infusão medicamentosa seguem quebrados. Está faltando ar comprimido e até hoje não colocaram a autoclave pra funcionar”, denuncia a funcionária que pediu presevação de sua identidade por temer retaliações.

 

Preocupada, a trabalhadora diz ainda que não há bombeiro civil na unidade, estruturado com paredes em drywall ou parede de gesso, material de baixo custo, sem resistência ao calor e ao peso.

 

* Atualizada nesta sexta (13/11).