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Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Minicípio de São Paulo

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Funcionalismo

20/07/2021 - 16:08

Ato da Campanha Salarial cobra negociação com Prefeitura

Servidores presentes no ato da campanha salarial deixam claro para o prefeito Ricardo Nunes que não aguentam mais o reajuste de 0,01%

Por, Letícia Kutzke, do Sindsep

 

Sindsep foi para a porta da Prefeitura na manhã desta terça-feira (20), para cobrar do prefeito que ele atenda a pauta unificada da Campanha Salarial 2021 e para dar continuidade nas mobilizações por um reajuste salarial e valorização. 
 
 
O presidente do Sindsep, Sérgio Antiqueira realizou a abertura da atividade fazendo um breve resgate do início da campanha que se deu no final de maio com a entrega da pauta para o governo e a realização de um ato no dia 18 de junho para cobrar do governo que ele atendesse as reivindicações, bem como para cobrar o pagamento da bonificação de resultados. Uma política a qual o Sindicato é contrário, pois exclui os aposentados, mas como ela é de direito dos trabalhadores, foi preciso cobrar do governo o seu pagamento. 
 
 
Sérgio apresentou alguns pontos da pauta e reafirmou que apesar de todas as reivindicações serem importantes, o principal ponto é a revisão anual, pois ela não acontece a mais de 20 anos e os servidores vivem a política do 0,01%, é preciso uma mudança urgente na Lei Salarial. Nesta quarta-feira (21), será realizada uma reunião da mesa central entre governo e Fórum das Entidades, onde o ponto central dos sindicatos será lutar para acabar com o 0,01%, que congela os salários. 
 
 
“Vamos começar a conversa com o governo, vamos começar a esquentar o pessoal para ir para a rua e se for necessário faremos greve, mas queremos partir do diálogo sem enrolação. Estamos declarando para o prefeito Ricardo Nunes que a partir de hoje estamos ocupando a rua para exigir o que é nosso por direito”.  
 
Foto: Pedro Canfora, do Sindsep
 
 
Aposentados
 
O ato foi marcado pela presença de um grande número de aposentados, eles que são quem mais sofrem com o 0,01%, pois nenhuma bonificação ou gratificação é estendida para eles. Muitos destes servidores dedicaram suas vidas ao funcionalismo público e ao se aposentar recebem menos de um salário-mínimo, no momento que mais precisam. 
 
 
Marcia Perrone servidora aposentada há 12 anos da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Salarial, sua revolta é grande, pela falta de reajuste. “Queria perguntar para o Nunes como é na casa dele. Porque o gás, o IPTU e a luz não deixam de mudar. Todo ano tem mudança no IPTU e para nós servidores nada, 0,01% a 20 anos. 
 
 
Já Lindaura também aposentada veio para pedir socorro. “Estou aqui para regular meu salário, porque não tem como, sou aposentada, sou doente. Estou aqui porque eu quero os meus precatórios e os meus salários. Não tem condições de tudo que fazem em Brasília é para os ricos. É uma vergonha prefeito trabalhar tanto e chegar na aposentaria e não comer direito porque é tudo caro”. Trabalhadora aposentada que passava na rua também quis expressar sua indignação com o corte na gratuidade no transporte público para os idosos e dizer que os aposentados no Brasil estão largados.  
 
Foto: Pedro Canfora, do Sindsep
 
 
Serviço Funerário
 
Os trabalhadores do Serviço Funerário que também são uma categoria que sofrem com o avanço da terceirização nos cemitérios e com a falta de valorização foram representados pela servidora Marilza, que lembrou dos companheiros que perderam a vida para a Covid-19 neste momento de pandemia e não receberam um reajuste digno, deixando suas famílias passando necessidade. “Estamos aqui porque precisamos, estamos aqui nos humilhando neste frio porque necessitamos. Se dessem o que precisamos estaríamos felizes no nosso local de trabalho. Precisamos ser valorizados.” 
 
 
Agentes de Apoio 
 
Agente de apoio de carreira e dirigente do Sindsep, Djalma Prado que está na linha de frente na luta por uma reestruturação da carreira com valorização, reforçou a importância da categoria estar unida, pois não podem aceitar uma reestruturação sem valorização e que não contemple os aposentados. Além de mandar um recado para o prefeito. “Se ele fere minha existência vou ser a resistência, o prefeito quer nos matar de fome e ele não vai matar, vamos lutar juntos”.
 
Foto: Pedro Canfora, do Sindsep
 
 
Lourdes Estevão, secretária dos Trabalhadores da Saúde do Sindsep, falou sobre a importância dos serviços e servidores públicos, principalmente neste momento de pandemia, onde muitos perderam seus empregos e precisaram buscar atendimento médico no SUS, colocar os filhos em escolas públicas. Lembrou também que os servidores tiveram que fazer um concurso para assumir seus postos e mostram assim que tem conhecimento e capacidade para exercer seu trabalho e o quanto é lamentável não haver um reajuste digno para estes trabalhadores. 
 
 
“É uma vergonha nessa pandemia eles estarem aqui para dizer para o prefeito que eles comem. Estamos aqui para dizer que os trabalhadores simplesmente comem. Nós moramos, nos vestimos, precisamos de transporte e estamos aqui para exigir respeito aos trabalhadores, porque na medida que o governo respeita os trabalhadores, ele está respeitando a população”.
 
 
PEC 32
 
O dirigente do Sindsep, Vlamir Lima, que está a frente da campanha contra a PEC 32, conhecida como Reforma Administrativa, explicou a importância dos servidores estarem também lutando contra esse projeto de lei, pois caso seja aprovado irá acabar com os servidores e serviços públicos. Segundo ele, a reforma vai atingir os trabalhadores da saúde, educação, e são direitos que eles querem tirar da população. Além disso, acabara com as aposentadorias dos servidores, uma vez que não haverá mais concurso para contratar e não terá mais quem contribua para o Iprem. 
 
 
Lima ainda convidou todos e todas os/as servidores/as para que estejam no próximo sábado (24), às 15 horas, na Avenida Paulista, no ato Fora Bolsonaro, para juntos dizer não a Reforma administrativa. 
 
Foto: Pedro Canfora, do Sindsep
 
 
O encerramento da atividade foi feito por Sergio Antiqueira, que reforçou que o ato de hoje foi um primeiro passo, mas que é preciso envolver os aposentados e demais categorias na luta por um reajuste salarial digno. Em relação ao nível básico e médio é preciso debater a reestruturação, mas que ela seja feita do zero, que o projeto apresentado no passado seja esquecido. 
 
 
Sergio agradeceu ainda a presença de todos, mas em agosto uma nova atividade será marcada novamente na frente do gabinete do prefeito e que a mobilização deve ser ampliada. Reforçou também o convite para que todos estejam juntos com o Sindsep no sábado no ato, para dizer não a reforma administrativa e gritar bem alto “Fora Bolsonaro”, “Fora genocida”.
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