O Sindsep vem acompanhando de perto a situação da Covid-19, além de acompanhar o número total de óbitos ocorridos, também verificamos o número de sepultamentos na cidade de São Paulo. Infelizmente, não há uma clareza por parte do Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) do número de enterros realizados das vítimas da Covid-19.  Diariamente, o SFMSP publica os números de óbitos gerais e de sepultamentos nos 22 cemitérios e no de cremação na Vila Alpina, e fizemos uma comparação de junho e julho do último ano, com o mesmo período em 2021, veja abaixo.

Gráfico dos óbitos, sepultamentos e cremações até 19 de julho de 2020. Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeituras/servico_funerario/19_07_SFMSP.pdf

Gráfico dos óbitos, sepultamentos e cremações até 19 de julho de 2021. Fonte:https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeituras/servico_funerario/BOLETIM%20JULHO/Boletim_Di%C3%A1rio_SFMSP%20(19).pdf

Se olharmos os números do mês de junho de 2020, temos 8888 óbitos e 7693 sepultamentos e cremações, Uma média de mais de 296 óbitos por dia e 256 sepultamentos e cremações. Enquanto que no mês de junho de 2021, 9084 óbitos com 7421 sepultamentos e cremações, tendo de média, 302 óbitos e cerca de 247 sepultamentos e cremações diários. Ou seja, o número de óbitos foi maior que 2020 em 194 óbitos, com uma queda de 272 sepultamentos e cremações.

Esses dados nos mostram que há uma queda significativa no número de sepultamentos e cremações. E qual o motivo desta queda? Sabemos que serviços particulares fazem uma grande pressão, aliciando as famílias a contratar serviços privados. No momento dificil de luto, cobrando caro por um serviço que poderia ser realizado pelo Serviço Funerário Municipal. Além disso, o que poderia explicar essa queda seriam enterros em outras cidades, onde o setor privado "reina". As funerárias privadas continuam atuando no município de forma livre e os números do Serviço Funerário mostram que há "vista grossa" da administração com isso, prejudicando os munícipes diretamente e também  sucateando o serviço público com queda na arrecadação.

TERCEIRIZAÇÕES

Por outro lado, chama atenção a política de terceirizações usada pelo SFMSP. Nas agências de contratações se mantém um contrato de 42 trabalhadores terceirizados para “ajudar” no trabalho. Recentemente, diminuíram este número para 32, por meio de aditivo no contrato.

No entanto, os servidores públicos que estavam afastados por comorbidades ou que possuem mais de 60 anos retornaram ao trabalho desde o dia 1º de julho de 2021, portanto, a manutenção destes terceirizados é um gasto duplo, ainda que tenha diminuído para 32.

Além disso,  o Sindsep recebe relatos de que não há espaço físico, nem equipamentos, como computadores, mesas e cadeiras para todos servidores públicos e terceirizados dividirem as tarefas. No entendimento do Sindicato, seria necessário paralisar esse contrato. Já realizamos uma representação junto ao Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre esses gastos desnecessários.

Seguimos na luta para defender o SFMSP 100% PÚBLICO! NÃO À CONCESSÃO E PRIVATIZAÇÃO!