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Saúde

25/07/2020 - 19:05

Manifestantes vão ao Einstein dizer que não vai ter terceirização no Hospital de Campo Limpo

A próxima atividade será na quarta-feira (29/07), às 10h, em frente ao gabinete do prefeito. No dia 30, os manifestantes estarão na Câmara Municipal, para uma audiência pública e estão buscando audiências no MP e TCM também.

Com faixas trazendo alertas: O Hospital do Campo Limpo não precisa de terceirização, Hospital do Campo Limpo é conquista do povo! A população não é cobaia e os trabalhadores não são descartáveis. Fora Einstein!, O Hospital do Campo Limpo não está à venda; e camisetas pedindo a valorização dos profissionais de saúde, usuários, trabalhadores, parlamentares e representantes de movimentos sociais e entidades sindicais, como CUT, Sindsep, Simesp e Conselho Regional de Enfermagem, se concentraram neste sábado, num posto de abastecimento da Estrada de Itapecerica, próximo à unidade hospitalar. De lá, os manifestantes saíram em carreata por volta das 10h30 até o Hospital Israelita Albert Einstein, organização social de saúde para quem o governo Covas anuncia entregar o único hospital público da região Sul, referência em traumas, partos de risco, neurocirurgia e saúde mental, para levar o recado de que o hospital público não será terceirizado.
 
 
Movimentos populares e entidades sindicais de várias partes de São Paulo estiveram no ato. Fotos: Cecília Figueiredo
 
Homenagem às vítimas da Covid
 
Antes da saída, foram dadas orientações para evitar problemas na atividade. e a secretária dos Trabalhadores da Saúde do Sindsep, Lourdes Estêvão, pediu um minuto de silêncio ao ex-deputado federal José Mentor, que faleceu na manhã deste sábado (25), após um mês de luta contra a Covid-19, e a todas as vítimas da doença.
 
O vice-presidente do Sindsep, João Gabriel Buonavita, disse que as terceirizações dos serviços públicos feitas pelo governo Covas seguem a filosofia de Bolsonaro. “Filosofia dele e seus ministros é de que tem que ‘passar a boiada’. Enquanto nós nos preocupamos com a defesa da vida, eles se preocupam em defender o lucro. Estamos aqui para denunciar esse movimento de bastidores, porque o governo Covas vem tentando privatizar o Serviço Funerário, as farmácias dos hospitais e todos os serviços públicos", detalhou.
 
Respeita o controle social, Covas!
 
Anderson Lopes (Dimas), conselheiro gestor do hospital e do Conselho Municipal de Saúde, denunciou que o secretário Municipal de Saúde, Edson Aparecido, tentou atropelar a decisão do controle social sobre o anúncio de terceirização do HM Campo Limpo. “O Conselho é soberano. Foram 14 votos contrários e três abstenções. Por ampla maioria, o conselho gestor votou contra e ele tem que acatar, porque se trata da decisão de usuários e trabalhadores”.
 
Em assembleia do Simesp, os médicos também reprovaram a terceirização do hospital. “O hospital precisa de concurso e investimento, mas não de terceirização”, assinalou Juliana Salles, médica infectologista, dirigente da CUT-SP e do Simesp.
 
No momento em que a carreata passava em frente ao Hospital do Campo Limpo, Lourdes Estêvão explicou a motivação do protesto para quem passava. “Se tiver um acidente no Grajaú, em Pedreira, embora tenha um hospital gerenciado por OSS nesses locais eles não atendem, mandam para o Hospital do Campo Limpo. Por isso, esse hospital precisa da defesa não apenas dos trabalhadores, mas de toda a população”, ressaltou.
 
 
Único hospital público da região Sul, referência em traumas, partos de risco, neurocirurgia e saúde mental.
 
Ao frisar que o Hospital do Campo Limpo não era o único na mira do projeto de privatização dos governos Doria/Covas, a dirigente do Sindsep mencionou as presenças de trabalhadores de hospitais de Pirituba, da Capela do Socorro, Ermelino Matarazzo e do Tatuapé, que vieram se somar ao movimento porque também estão ameaçados pelas terceirizações.
 
 
Carreata, que reuniu cerca de 50 veículos, passando pelo Estádio do Morumbi, próximo ao hospital privado. 
 
"Não queremos o Einstein dentro do Hospital do Campo Limpo"
 
Em frente ao Hospital Albert Einstein eles mandaram o recado: “Fora Einstein!”. “Não queremos o Hospital Albert Einstein dentro do HM Campo Limpo. O hospital não é do Covas, ele não tem o direito de vendê-lo. A saúde pública é nossa. Prefeito vá cuidar da pandemia, o povo está morrendo, se contaminando e enquanto isso o senhor está vendendo o nosso patrimônio”.
 
Francisco, morador do Grajaú, que teve seu filho operado no Hospital Municipal do Campo Limpo, estava indignado. “Foi lá que salvaram a vida de meu filho, que tava quase morto, e graças à equipe de neurologia e de bucomaxilo, que é referência no Estado de São Paulo. Esse hospital é patrimônio do povo”.
 
Jefferson Caprone, do Conselho de Enfermagem, salientou que não há sentido na terceirização do hospital. “Utilizar recursos públicos para terceirizar um serviço que está sendo bem trabalhado. Isso ameaça usuários e trabalhadores que estão se dedicando há tanto tempo num atendimento de excelência, e justamente nesse momento de pandemia… Somos contra a terceirização do Hospital do Campo Limpo e tenho certeza que esse movimento conseguirá revogar a terceirização”.
 
O auxiliar de enfermagem e conselheiro gestor do Hospital Campo Limpo, Douglas Cardozo, disse que população e trabalhadores estão coesos em impedir a terceirização, prevista para 1º de agosto. “Estamos mobilizados, tomando todas as medidas para derrubar essa proposta de passar o Hospital do Campo Limpo para as mãos do Albert Einstein. Eles não passarão nem na catraca”.
 
A diretora do Sindsep, Laudiceia Reis, reforçou a afirmativa de que o hospital não será terceirizado. “Esse movimento de hoje demonstra mais uma vez que a luta vale. A gente não quer o Einstein dentro do HM Campo Limpo, porque sabemos que eles querem usar a população de cobaia, para que seus residentes venham usar a população de cobaia. População já disse que não quer o Einstein e vamos lutar até o último minuto em favor disso”.
 
 
 
 
Lourdes Estêvão comemorou a adesão de trabalhadores e população ao movimento “Não à Privatização do HM Campo Limpo”. “É nessa unidade, com essa garra, que vamos vencer essa batalha, que é dos trabalhadores e de todo o povo paulistano. A próxima atividade será na quarta-feira (29/07), às 10h, em frente ao gabinete do prefeito. No dia 30, também iremos à Câmara Municipal, para uma audiência pública. Estamos esperando também audiências no Ministério Público e TCM [Tribunal de Contas do Município]. Estamos buscando todos os meios para fazer essa luta. Vamos vencer”.
 
 
"Estamos buscando todos os meios para fazer essa luta. Vamos vencer!", afirmou Lourdes, dirigente do Sindsep.
 
 
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