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Educação

09/08/2021 - 17:54

Sindsep, trabalhadores e familiares de alunos realizam ato em defesa do CEU Capão Redondo

A pressão surtiu efeito e meia hora após o início do ato, uma comissão foi recebida pela diretora regional de Educação, Regina Paula Collazo Bertuccioli, que garantiu 120 dias para entrega da reforma, retorno dos alunos às vagas, dos trabalhadores aos seus postos e de não interrupção de conteúdos pedagógicos.

Por Cecília Figueiredo e Pedro Canfora, do Sindsep

 

 

Em apoio à comunidade escolar do CEU Capão Redondo, na zona Sul, o Sindsep participou de ato, na segunda-feira (9), para cobrar diálogo e garantias do prefeito Ricardo Nunes e do secretário de Educação, Fernando Padula, acerca do complexo educacional, interditado desde março, mas somente agora anunciado pela gestão municipal. Em protesto, mães, alunos e professores foram pra frente da Diretoria Regional de Educação (DRE) Campo Limpo, para cobrar respostas.

 

CEU Capão Redondo, inaugurado em 2008, sofre pela falta de manutenção desde os tempos de João Doria prefeito.

 

O CEU Capão Redondo, inaugurado em 2008 pela gestão Kassab, vem sofrendo por vários problemas estruturais que se arrastam desde os tempos de João Doria na Prefeitura de São Paulo. Por negligência e falta de investimentos em manutenção, em março deste ano, um laudo da Defesa Civil apontou a necessidade de interdição, porém, somente nesse início de agosto, a gestão Ricardo Nunes/Padula decidiu anunciar, em plena retomada das aulas presenciais, que as crianças terão de ser transferidas para outras escolas, assim como os trabalhadores. Não houve um documento esclarecendo os problemas, quanto tempo durará a reforma de reparo e nem mesmo como, onde e de que forma alunos, professores e trabalhadores serão realocados.


“Se desde o começo tivessem dialogado, não estaríamos aqui. Não sabemos para onde nossos filhos irão”, denunciou Dalva, mãe de aluno da unidade escolar. Joyce Pereira, mãe de aluno do primeiro ano do Fundamental 1, acrescenta que foi avisada sobre a transferência de seu filho somente na tarde de segunda, quando chegava para a mobilização em frente a DRE.

 

SME precisa dialogar com as famílias, os trabalhadores e respeitar a vida. | Foto: Cecília Figueiredo/Sindsep

 

Segundo ela, o CEU Capão é um polo bilíngue, onde as crianças têm acesso a um idioma estrangeiro, com apoio de intérpretes de Libras, e temem perder. Preocupada pela falta de esclarecimentos sobre as reformas que serão feitas, a volta de alunos e professores após a conclusão da manutenção ela disparou: “por isso nós estamos brigando aqui; sabemos que não há transporte para todos, nem para crianças com deficiência”.
 

Laudiceia Reis, diretora do Sindsep na região, frisou que a Secretaria de Educação precisa entender que o diálogo com as famílias e com os trabalhadores é indispensável, assim como o respeito à vida. “Mesmo estando há mais de um ano enfrentando uma pandemia, praticamente nenhuma unidade teve as adequações sanitárias necessárias para o recebimento de alunos e trabalhadores. A prefeitura brinca com a vida dos alunos, dos profissionais e das famílias”.

 

Ao cobrar abertura de negociação, o professor Gustavo reforçou que a prefeitura precisa garantir a permanência do CEU Capão Redondo e para onde irão os alunos. “Tem aluno transferido para escolas há oito quilômetros de distância de onde mora”.

Pais e trabalhadores também reivindicaram esclarecimentos e garantias oficiais da administração quanto à permanência do CEU Capão Redondo. “A gente quer assinado no papel que terá transporte gratuito e, ao final da reforma, queremos o retorno dos alunos ao CEU Capão”, afirmou Dalva.

 

Regina Paula Collazo Bertuccioli garantiu que CEU Capão será entregue em 120 dias à comunidade. | Foto: Comissão

 

A pressão surtiu efeito e meia hora após o início do ato, uma comissão formada por representantes das famílias, dos profissionais, Sindsep e Câmara Municipal foi recebida pela diretora regional de Educação, Regina Paula Collazo Bertuccioli. Um documento, incluindo todas as reivindicações apresentadas pela comissão, e com os compromissos e prazos foi assinado pela titular.

 

RESULTADOS

 

A dirigente do Sindsep relatou que Regina Bertuccioli se comprometeu com a conclusão da reforma do CEU em 120 dias, assim como garantiu as jornadas aos professores, vagas dos alunos e o retorno imediato de trabalhadores e crianças ao complexo educacional, quando terminar a reforma. A dirigente da DRE Campo Limpo também garantiu a continuidade do polo bilíngue, uma vez que os alunos e seus professores foram remanejados para o mesmo local, e de que o processo pedagógico não sofrerá interrupções. No entanto, a reivindicação de continuidade de trabalho remoto aos profissionais da Educação até que todos estejam vacinados, não foi atendida pela dirigente da DRE Campo Limpo.

 

Para a diretora do Sindsep não há dúvidas de que “a organização da população, organização dos professores, faz diferença e que a luta compensa muito”. Laudiceia aproveitou a ocasião para lembrar que todos os serviço públicos estão sob ataque e dependem da resistência da sociedade. “O que aconteceu no CEU Capão está acontecendo em todo país e precisamos entender que há um projeto de desmonte dos serviços públicos, com a Reforma Administrativa do Bolsonaro, a PEC 32. Por isso, convocamos todas e todos a participarem do Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro (PEC 32), no próximo dia 18 de agosto”.


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