17/02/2023 - 14:54
O Sindsep recebeu várias denúncias sobre as péssimas condições de trabalho e de conservação do prédio em que está instalada a UVIS Pirituba, na Zona Noroeste da capital. O coordenador da região, Fabiano Soares, esteve no local para verificar a situação.
Ao percorrer o prédio da unidade foi constatado que ele não possui a menor condição de funcionamento da Unidade de Vigilância em Saúde, tanto no aspecto de segurança, quanto em relação à saúde do trabalhador.
O prédio possui muitos perigos estruturais, como também o risco de incêndio. A fiação elétrica na caixa de entrada está toda exposta, há fios com várias emendas. O relógio de consumo está apoiado num cabo de vassoura e a unidade tem repentinas falhas de energia e muito em virtude da fiação precária.
Para contribuir e agravar a situação há várias infiltrações por todo o prédio, tendo um ponto que escoa dentro do prédio, em dias de chuva, chove mais dentro do que fora. Tem água vazando em toda a unidade com pontos de alagamento. O almoxarifado de computadores e materiais tem um ponto com acúmulo de água bem perceptível.
A unidade tem setores que o piso está com elevação e soltando. O banheiro masculino dos funcionários está entupido. A Coordenadoria Regional de Saúde Norte realizou uma manutenção, mas não resolveu o problema de forma definitiva, pois ele encontra-se novamente entupido.
Os trabalhadores ainda são submetidos a uma grande quantidade de mofo e o cheiro é insuportável. O prédio não possui ventilação adequada. Não há janelas, apenas alguns vitrais e alguns tijolos de vidro, o que não permite que o ambiente fique arejado e que se possa respirar adequadamente.
O problema mais sério do local é em relação aos venenos e produtos tóxicos usados pelos agentes ambientais, que são substâncias que matam e adoecem, e que ficam armazenados numa sala minúscula, que os dois exaustores ali presentes não dão conta da ventilação adequada. Essa situação faz com que os trabalhadores tenham que respirar veneno diariamente.
Para piorar a situação muitos destes materiais são inflamáveis e num local onde a rede elétrica é precária, se torna uma bomba relógio pronta a explodir a qualquer momento e gerar um acidente de proporções inestimáveis. É um risco a integridade dos servidores, bem como da população.
Ainda temos a situação do refeitório inadequado, que só possui duas mesas e em ambas somadas existem apenas doze cadeiras, sendo que entre trabalhadores/as da administração direta e terceirizados há 150 funcionários no local.
A UVIS está instalada num prédio que não tem condições de abrigar este serviço, tendo em vista todos esses problemas. É insalubre, trabalhadores estão amontoados porque não tem espaço para todos. Além do risco de vida concreto no local.
Para Fabiano Soares, coordenador da região é inadmissível que uma Unidade de Vigilância em Saúde em que há um departamento de Vigilância Sanitária, que tem como uma de suas funções interditar prédios privados que não possuem condições de funcionamento, funcione nestas condições.
“Se esse prédio fosse um prédio privado vistoriado pela vigilância de Pirituba certamente ele seria interditado. É inadmissível que o fiscal público, tenha uma condição pior que aquela que ele vai fiscalizar. É uma situação que demanda uma resposta urgente, demanda uma imediata resolução. Para que a gente não venha lidar com uma tragédia que pode causar muitos prejuízos, inclusive de morte de quem está convivendo com essas situações”, afirma o dirigente.
Diante dessa situação o Sindsep agendou uma vistoria que será realizada pelo seu Departamento de Saúde do Trabalhador e com isso, encaminhados ofícios aos órgãos competentes para que medidas sejam tomadas.