Por Cecília Figueiredo, do Sindsep
O Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, conhecido como Hospital João XXII, na Mooca, deve reabrir em breve suas portas como hospital geral. Restrito ao atendimento público desde março, por conta do tratamento de casos de Covid, o hospital estava ameaçado em comentários e postagens do atual diretor Candido Vaccareza, em redes sociais e reuniões do Conselho Gestor, de ser transformado em um Hospital da Gestante e do Idoso.
Usuários, trabalhadores, Sindsep e vereadores se juntaram numa luta unificada para barrar a ameaça de fechamento de mais uma porta de atendimento na região e foi vitoriosa. De acordo com a coordenadora de Assistência Hospitalar, Flavia Terzian, em resposta ao ofício encaminhado pela vereadora Juliana Cardoso, o hospital voltará a sua condição anterior, assim que houver a redução de casos de internação por Covid-19.
“O Hospital Municipal Dr. Ignácio Proença de Gouvêa, no momento está direcionado 100% ao atendimento de pacientes acometidos pela Covid-19. Após a diminuição expressiva dos casos da pandemia na Cidade de São Paulo, o mesmo retornará a ser um Hospital Geral Secundário, participante do Sistema SUS e em nenhum momento foi decidido qualquer outra qualidade ao mesmo”, ressalta Terzian, que é também secretária-executiva da Saúde municipal.
Clique sobre a imagem para acessar a resposta ao ofício encaminhado pela vereadora Juliana Cardoso
Para Alexandre Giannecchini Sallum, coordenador da Região Leste III do Sindsep, a resposta obtida só foi possível pela pressão e mobilização dos trabalhadores do Hospital João XXIII, com apoio da comunidade e vereadores. “Esperamos que todos os munícipes sejam bem recebidos e tenham suas demandas, no que a unidade esteja preparada para absorver, atendidas na retomada do hospital. Ele é prioritário para o atendimento da população. Tivemos desde o início do ano o fechamento de outros prontos-socorros na região Leste, como do Hospital Vila Alpina e Itaim Paulista, hoje o João XXIII é o único de porta aberta para atender a população”.
Até que a comunidade usuária, junto com trabalhadores e Sindsep se mobilizasse, seja por meio de abaixo-assinado ou ato em frente ao hospital, em 27 de julho de 2021, não havia por parte da gestão municipal ou direção da unidade hospitalar qualquer previsão sobre a retomada geral dos atendimentos.